22 out de 2020
Barreiras – Agricultura – UNIFASB e Embrapa desenvolvem pesquisa de melhoramento genético com mandioca de mesa

A busca por novas cultivares, adaptadas às variedades existentes no Oeste da Bahia fez com que a parceria do Centro Universitário São Francisco de Barreiras (UNIFASB) por meio do curso de Agronomia, junto a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados), ampliasse sua abrangência. As duas entidades mantém uma série de pesquisas e experimentos em comum, e desta vez, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da acadêmica Maria Marta, do 10º semestre de Agronomia, com foco na mandiocultura, foi alvo de novos  estudos e de uma motivação extra para acadêmicos, professores e pesquisadores.

Já há alguns anos a parceria entre UNIFASB e Embrapa Cerrados rendeu o desenvolvimento de pesquisa com melhoramento genético para novas cultivares de mandioca de mesa. Nos últimos meses, no entanto, durante a pesquisa tema do TCC, foram estudadas dez cultivares no campo experimental do Centro Universitário. São mandiocas biofortificadas nas cores creme, amarela e rosada. O estudo destaca o potencial nutritivo, relação de produtividade e precocidade na colheita, antecipando de 12 para nove meses.

“É um tema escasso na região, a mandiocultura me interessa pelo fato da raiz ser muito consumida. É um suporte para o pequeno produtor e ao longo dos anos poderá ser produzida em larga escala”, afirma a acadêmica, animada com os resultados. As cultivares estudadas apresentaram produtividade 20% superior às variedades ‘crioulas’ encontradas na região. “Precisamos atuar como transformadores na sociedade, agora além de pesquisa queremos dar mais atenção para a extensão, é preciso atender a demanda da população”, observa o coordenador do curso de Agronomia, Jorge da Silva Júnior.

O pesquisador da Embrapa Cerrados, Geraldo Estevam ressalta que mais de 500 milhões de pessoas consomem mandioca no mundo por ser uma excelente fonte de caloria de baixo custo. “Essas cultivares coloridas possuem mais proteínas e vitaminas, o que valoriza a importância calórica e nutricional. Cada cor de raiz possui uma constituição química. A amarela (BRS 396, BRS397 e BRS399) é rica em betacaroteno, a raiz de cor creme (BRS398 e BRS429) possui luteína, já a rosada (BRS400 e BRS401) é rica em licopeno”, destaca. Essas cultivares foram comparadas com três variedades locais, Vassourinha, Manteiga e Cacau.

Pesquisa participativa – Além do UNIFASB e Embrapa Cerrados a pesquisa conta com a parceria da Cooperativa de Mandiocultores de São Desidério (Coomasd) que testou diversas receitas para verificar a qualidade da raiz na mesa do consumidor. O próximo passo da pesquisa é realizar uma triagem na cooperativa e incentivar o produtor a utilizar estas cultivares coloridas para que a pesquisa siga os passos e normas do melhoramento genético e adaptação na região Oeste. “A pesquisa participativa precisa seguir alguns critérios por isso estamos afinando um projeto específico que envolva a o UNIFASB, Embrapa Cerrados e Coomasd”, destaca o coordenador do curso de Agronomia.

As novas variedades estão passando por adaptações na região assim como já passaram por inúmeros testes no cerrado do Distrito Federal e entorno. A ideia é realizar trocas de experiências com os produtores do Oeste da Bahia, oportunidade em que a pesquisa e extensão são fomentadas pelo UNIFASB que realiza a ponte entre as demandas da sociedade e as soluções que a academia pode proporcionar.

Fonte: Araticum Comunicação

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