Pesquisa realizada pelo NUPEC com base nos resultados do terceiro trimestre teve avaliação comentada pelo economista e professor Carlos Alberto*.

O Núcleo de Pesquisas Econômicas da CDL realizou uma pesquisa para medir o otimismo empresarial do quarto trimestre de 2014, com base nos efeitos do nível de otimismo medido no terceiro trimestre. Na análise, o economista Carlos Alberto Ferraz comenta os principais resultados da pesquisa nos cenários macro e micro econômicos.

Neste item há uma redução de – 19,18% naqueles que se consideram otimistas e um aumento de + 46,43% dos que se situam como pessimistas. O Banco Central tem sinalizado a adoção de uma política de crédito mais contida o que tenderá a desestimular as compras a prazo, parcela considerável das vendas, e os empresários, por sua vez, tenderão a trocar o investimento na produção pela aplicação no mercado financeiro. Além disso, as Instituições financeiras se tornaram mais seletivas na concessão do crédito e os consumidores estão mais cautelosos ao contrair recursos financeiros nas Instituições bancárias.

O grau de confiança nas perspectivas das vendas é um fator crucial para o empresário contrair empréstimos, financiamentos e desenvolver novos projetos. Neste sentido, os dados da pesquisa apontam declínio no grau de otimismo dos empresários em relação às vendas do comércio varejista da cidade que recuou do terceiro para o quarto semestre em – 23,47%. Demonstrando que neste momento este setor empresarial não acredita que a política econômica do governo com possível utilização de instrumentos econômicos, como a redução dos gastos do governo e a elevação da taxa de juros da economia, a SELIC, priorize o crescimento econômico do país.

A perspectiva de lucro, também, apresentou queda. Os que se consideravam otimistas em relação a esta variável declinaram – 43,37% enquanto aqueles que se diziam pessimista no terceiro trimestre cresceram em + 716,67%. Mostrando que esta variável acompanhou o declínio da perspectiva de aumentos das vendas no quarto trimestre do ano. Pois as variáveis vendas e lucros estão correlacionadas como atesta este estudo do NUPEC.

Do terceiro para o quarto trimestre de 2014, os que se consideram otimista em relação a política de combate à inflação cresceram + 33,35% enquanto aqueles que se situam como pessimista em relação a esta variável reduziram sua perspectiva pessimista em – 44,44%. Este resultado reflete a concepção de que os instrumentos ortodoxos de combate a inflação sinalizados pelos o governo, como taxas de juros elevadas, contenção do crédito e redução dos gastos públicos, serão suficientes para o controle inflacionário no país. No entanto, a perspectiva para o ano de 2015 é que se inicie com pressão inflacionaria decorrente do aumento do preço da energia elétrica, que será o fator de maior pressão sobre os preços no primeiro semestre do ano que se aproxima. Além de outros produtos e serviços que pressionaram o nível de preços para cima.

*Carlos Alberto L. Ferraz é professor universitário, economista, mestre em Gestão Econômica do Meio Ambiente e doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano

Com informações do CDL Barreiras

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