Investimentos em fazendas demandam um bom planejamento estratégico por parte do empresário rural, principalmente quando o dinheiro vier de recursos próprios. Ter silos próprios para a secagem e armazenamento de grãos costuma trazer benefícios.
Ao ter um silo próprio, o produtor terá menor dependência da variação dos preços, já que ele pode vender os grãos no momento que julgar mais propício. Também há redução de gastos, com a não necessidade de aluguel de espaço nas estruturas de armazenamento vizinhas.
Porém, é imprescindível que na decisão de construção do silo, o produtor calcule o seu retorno de investimento, permitindo que, dentre outros fatores, ele identifique qual é o tempo de retorno do seu investimento.
Este é um indicador financeiro bastante amplo, envolvendo diversas variáveis. A grosso modo, o retorno de investimento mostra se os resultados a serem alcançados pela empresa serão bons o suficiente para o negócio.
O Retorno de Investimento representa um indicador análogo ao Retorno sobre investimento (o famoso ROI) e mensura a atratividade do negócio à medida que mostra qual será o período necessário para que seja recuperado todo o capital investido.
Por depender de diversos fatores, o retorno do investimento para estruturas de armazenamento é variável, mas normalmente gira num período de quatro a 10 anos.
“A faixa de tempo é ampla, porém mesmo nos casos de 10 anos o negócio é bom, visto que a vida útil de uma unidade de armazenagem chega a passar de 30 anos se adequadamente mantida”, explica o gerente de vendas e contas corporativas da GSI do Brasili, Daniel Belani.
Segundo Belani, o principal fator influenciador no tempo de retorno do investimento é a taxa de utilização do sistema de armazenagem. “Fazendas que usam a estrutura em apenas uma safra anual, ou que fazem apenas um giro na unidade tendem a demorar mais para a obtenção do retorno do investimento”.
No entanto, quem realiza vários giros na unidade com primeira e segunda safra, ou safra de inverno, tendem a obter seu retorno do investimento mais rápido, visto que conseguirão agregar uma certa quantidade de valor para cada tonelada ou saca armazenada.
O produtor deve entender que quanto maior o volume de grãos que for beneficiado na unidade armazenadora, maior será a receita gerada por esta, reduzindo assim o prazo para retorno do investimento.
Há no ambiente agrícola, alguns modelos de negócio que contribuem bastante com um melhor retorno de investimento. Belani explica que é cada vez mais comum o financiamento ou custeio de lavouras por meio do sistema de troca. Neste modelo de negócios, produtores recebem os insumos para implantar sua lavoura em troca de uma quantidade pré-estabelecida de grãos.
“Essa forma de negócio é comumente conhecida como “troca-troca” ou barter. Para esses modelos de negociação é de fundamental importância que o fornecedor de insumos tenha a estrutura de armazenamento para poder receber os grãos, que nada mais é que o pagamento da venda de insumos que foi realizada”, explica.
Nesse modelo de negócio, a estrutura de armazenamento é uma das principais garantidoras (se não a principal) da geração da receita oriunda da venda dos insumos.
Como já citado, o retorno de investimento varia entre quatro a 10 anos, que é um ótimo período. Mas será que é possível reduzir esse tempo?
Belani comenta que é sim possível, desde que o produtor tome algumas atitudes. “Basicamente, a redução do retorno de investimento se dará pelo aumento de geração de receitas”.
Para a geração de outras receitas, o especialista da GSI sugere:
Além disso, a construção de uma unidade com tamanho adequado ao seu volume de produção ou movimentação de grãos é fundamental na concepção de Belani.
“Os projetos de armazenagem podem ser construídos de forma modular e, se bem planejados, são de fácil ampliação futura. Então, recomendo o cuidado de não construir uma estrutura demasiadamente grande para o seu volume de produção”.
Portanto, Belani aconselha que produtores ou investidores, que pretendem entrar nessa atividade, busquem informações e conhecimento sobre as particularidades dos sistemas, com a ajuda de consultores especializados e/ou com as empresas fornecedoras de infraestrutura de armazenagem.
“Estes profissionais poderão orientar a sequência de tarefas para que o produtor possa se organizar para o ingresso na atividade”.
Fonte: Blog Agrishow