30 nov de 2018
Brasil – Agricultura – Desenvolvimento do feijoeiro cultivado com organomineral associado à inoculação

Trabalho foi feito por acadêmico da UNIFENAS para avaliar o efeito da associação entre inoculação com a estirpe CIAT 899T e aplicação de fertilizante químico e organomineral no desenvolvimento do feijoeiro.

O feijoeiro é exigente em nutrientes, em decorrência, principalmente, do seu sistema radicular reduzido e pouco profundo, além de seu ciclo, de 90 a 100 dias (ROSOLEM; MARUBAYASHI, 1994). Por ser o nutriente mais absorvido e o mais exportado pelas plantas, o N deve ser reposto (SILVA et al., 2000).

O uso inadequado da adubação nitrogenada tornou-se preocupante devido acarretar redução nos rendimentos, aumentos nos custos de produção e principalmente ocasionar poluição ambiental com as perdas que podem ocorrer por volatilização, lixiviação e desnitrificação (SANTOS; FAGERIA, 2007, SANT’ANA; SANTOS; SILVEIRA, 2010).

Por ser elemento essencial, seu balanço afeta a formação de raízes, a fotossíntese, a produção e translocação de foto assimilados e a taxa de crescimento entre folhas e raízes, sendo o crescimento foliar primeiramente afetado (RYLE et al., 1979; TAIZ; ZIEGER, 2004;).



Em leguminosas, a adição de adubos nitrogenados tem efeito adverso na fixação biológica devido à diminuição de disponibilidade de oxigênio na respiração nodular (DENISON e HARTER ,1995) e a limitação de carboidratos ao metabolismo do nódulo (STEFEENS; NEYRA, 1983).

Assim, o feijoeiro pode beneficiar-se da inoculação com rizóbio, chegando a dispensar totalmente o uso de adubos nitrogenados. Soares et al. (2006) avaliando a produtividade do feijoeiro inoculado com stirpes de rizóbio recomendadas como inoculantes, em Perdões, MG, observaram que estas promoveram rendimentos de grãos semelhantes aos dos tratamentos em que foram utilizados adubação com nitrogênio (N). Resultados semelhantes foram encontrados por FERREIRA et al. (2000), MENDES et al. (1994) e FRANCO (1996), justificando a utilização da técnica de inoculação.

Material e Tratamentos

A estirpe bacteriana fixadora de N2 utilizada:

  • Estirpe CIAT 899T (ou BR 322), da espécie Rhizobium tropici, aprovada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) como inoculante para a cultura do feijoeiro.

Adubações:

  • Organomineral 500kg-ha-1 inoculado e não inoculado;
  • Organomineral 1000kg-ha-1 inoculado e não inoculado;
  • Qímico (NPK) + Organomineral 500kg-ha-1 inoculado e não inoculado;
  • Químico (NPK) + Organomineral 1000kg-ha-1 inoculado e não inoculado;
  • Químico (NPK) inoculado e não inoculado).

Resultados obtidos com o estudo:

Dos parâmetros analisados, tiveram interação entre adubação (organomineral ou química) e a inoculação foram os números de nódulos (NN), peso seco de nódulos (PSN), e redutase do nitrato. Os parâmetros de Clorofila B e Matéria seca da parte aérea (MSPA) foram significativos para os tipos e doses de adubos (químico e organomineral), não havendo interação para a inoculação. O parâmetro que não teve nenhuma interação foram altura de planta

Em peso seco dos nódulos (PSN), a interação entre adubos versus inoculação foi significativa para o tratamento de 500 Kg de organomineral por hectare, onde promoveu maior valor de PSN. O número de nódulos (NN), foi observado comportamento similar ao verificado para o PSN. Esses resultados podem ser explicados devido ao fato de que menores teores de matéria orgânica e N no solo estimulam o estabelecimento da simbiose entre rizóbios e leguminosa, os efeitos de inoculantes rizobianos no feijoeiro são variáveis e divergentes. Considerando a espécie Rhizobium tropici, encontram-se resultados promissores (GUARESCHI et al., 2009; PELEGRIN et al., 2009).


Em materia seca da parte aérea (MSPA), o tratamento de 500 Kg.ha-1 Organomineral + NPK, apresentou menor valor de MSPA, por ele receber a menor adubação Organomineral, mais a adubação química (NPK), os microrganismos presentes, mineralizaram parte destes nutrientes químicos, para futuramente liberar este nitrogênio ao solo, através de decomposições da matéria orgânica.


Na tabela 4 estão apresentados os resultados da enzima redutase do nitrato. A redução do nitrato, realizada por meio da enzima redutase do nitrato (RN), é a etapa limitante no processo de incorporação de N nas plantas (MAZID; KHAN; MOHAMMAD, 2012). A atividade enzimática nas plantas, especialmente a da redutase do nitrato (RN), pode servir como uma importante variável, uma vez que várias linhas de pesquisa mostram a alteração dos níveis de atividade da enzima em algumas espécies, com a modificação principalmente, de doses de nutrientes (AHMAD et al., 2010; BOBADE; KHYADE, 2012), e ainda com a inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio (EL-KOMY; HAMDIA; EL-BAKI, 2003; DONATO et al., 2004).


Alguns autores observaram que quando se faz uma aplicação abundante de nitrogênio no solo, a eficiência da nodulação é reduzida ou interrompida (HUNGRIA; CAMPO; MENDES 2003). Outros afirmam que mesmo aplicando 100 kg de N ha-1, ainda haverá uma contribuição da FBN para a nutrição do feijoeiro (OLIVEIRA; ARAÚJO; DUTRA 1996).

A cultura do feijoeiro é muito exigente e eficiente na absorção de nitrogênio, o que contribui para o seu desenvolvimento e produtividade. A inoculação com rizóbios consiste numa prática sustentável, porém não consegue suprir toda exigência de nitrogênio que a planta precisa, devido à baixa competitividade da estirpe inoculante Rhizobium tropici, CIAT 899T, com os rizóbios nativos.

Elaboração: Filipe Casselli Goethe – Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na UNIVERSIDADE JOSÉ ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS / FACULDADE DE AGRONOMIA

Trabalho completo pode ser acessado aqui.

 

Fonte: Mais Soja

 

 

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