11 maio de 2018
Brasil – Agricultura – Efeito da adição de fungicidas protetores na fisiologia da Soja

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição de mancozebe e clorotalonil a diferentes misturas de fungicidas na fisiologia da soja e seu reflexo na produtividade da cultura

Autores: ALVES, V.M.1; SOUZA, F. S. de1; REZENDE JÚNIOR, H. B.1 (UDI Pesquisa e Desenvolvimento, Uberlândia-MG)

Introdução

A ferrugem-asiática da soja é uma das doenças mais danosas à cultura, sendo de grande importância econômica. Atualmente, a recomendação de manejo da doença se baseia na aplicação de misturas de fungicidas do grupo dos triazois, das estrobilurinas e das carboxamidas, com adição de fungicidas protetores, que potencializam a eficácia dessas moléculas e preservam essas do desenvolvimento de uma resistência.

 

Até as safras anteriores, não havia sido identificada a resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi para as moléculas do grupo carboxamida. No entanto, em monitoramentos realizados pelo FRAC (Fungicide Resistance Action Committee) nesta safra, foi constatada a resistência do fungo também aos fungicidas do grupo das carboxamidas (KLAPPACH, 2017).

A adição de fungicidas protetores aos fungicidas do grupo dos triazois, estrobilurinas e carboxamidas tem apresentado bons resultados no controle da ferrugem, com consequente aumento na produtividade. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição de mancozebe e clorotalonil a diferentes misturas de fungicidas na fisiologia da soja e seu reflexo na produtividade da cultura.

 

Material e Métodos

O experimento foi conduzido de fevereiro a abril de 2016, na estação experimental da UDI Pesquisa e Desenvolvimento, em Uberlândia, MG. As sementes de soja, cultivar SYN 1163 RR, foram semeadas em 05/01/2016 no espaçamento de 0,5 m entre linhas e população de 18 sementes/m. As plântulas emergiram em sete dias. As parcelas experimentais constituíram- se de 3,0 x 6,0 cada (18 m²).

Para as avaliações foi considerado como área útil 10 m². O delineamento experimental utilizado foi o DBC (16 x 4), sendo os tratamentos: testemunha, 3x (14d) azoxistrobina + benzovindiflupir (90+45 g/ha), 3x (14d) trifloxistrobina + protioconazol (60+70 g/ha), 2x (21d) tebuconazol + picoxistrobina (100+60 g/ha), 3x (14d) mancozebe (1125 g/ha), 3x (14d) clorotalonil (1461,2 g/ha), e a adição de mancozebe, clorotalonil e carbendazim à essas misturas, nas mesmas doses, números e intervalos de aplicações supracitados. A primeira aplicação dos tratamentos ocorreu em VN.

 

O uso de adjuvantes foi realizado de acordo com o preconizado pelos fabricantes. Para as aplicações utilizou-se pulverizador costal pressurizado a CO2, com pressão constante (30 PSI) e volume de calda equivalente a 150 L/ha.

O teor de clorofila na soja foi estimado de forma indireta, utilizando-se o equipamento SPAD. As medições foram realizadas 7 dias após cada aplicação, no 2º folíolo maduro, de cima para baixo, entre às 8:00 e 12:00h. Ao final do ciclo da cultura, avaliou-se o número de vagens por planta (NVP), número de grãos por vagem (NVP) e a massa de 1000 grãos (M1000G) a partir de uma amostra de 10 plantas por parcela útil. A produtividade foi estimada em kg/ha, com a umidade dos grãos ajustada para 13%, colhendo-se os grãos de 4,0 m².

Os resultados obtidos foram submetidos à ANAVA pelo teste F a 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo teste de Scott- Knott (1974) a 5%, com análises realizadas através do programa estatístico SISVAR.

 

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Resultados e Discussão

Não houve interação significativa entre os tratamentos aplicados e o teor de clorofila da cultura, assim como para o NVP. Já para a variável NGV, observou-se que a adição de mancozebe à mistura trifloxistrobina + protioconazol apresentou efeito deletério, obtendo média menor do que a observada para aplicação pura da mistura e menor do que a média da mistura com adição de clorotalonil. Para a mistura tebuconazol + picoxistrobina a adição dos fungicidas protetores apresentou efeitos semelhantes, aumentando o NGV (Tabela 1).

Tabela 1. Componentes de produção e produtividade da soja em função dos tratamentos aplicados. Uberlândia, MG, 2016.

Assim como observado para NGV, a adição de mancozebe e de clorotalonil à mistura tebuconazol + picoxistrobina incrementou a M1000G, apresentando médias superiores à obtida para a mistura pura. Para as demais misturas de fungicidas, a adição dos protetores não influenciou a variável em questão.

Com relação à produtividade da cultura, os fungicidas protetores não alteraram o desempenho da mistura trifloxistrobina + protioconazol, enquanto que para a mistura azoxistrobina + benzovindiflupir, a adição de mancozebe e de clorotalonil resultou em maior produtividade da cultura. Entretanto, para a mistura tebuconazol + picoxistrobina, a adição de clorotalonil representou perdas, obtendo produtividade inferior à observada para a mistura pura e para a adição de mancozebe.

Comparando-se a aplicação isolada de mancozebe e de clorotalonil, verifica-se que, apesar de clorotalonil ter propiciado NGV superior ao mancozebe, o inverso foi observado para M1000G e para o rendimento da cultura.

Conclusão

A aplicação de mancozebe isolado apresentou resultados superiores em relação ao clorotalonil, proporcionando maior produtividade.

O efeito da adição dos fungicidas protetores à mistura de triazois, estrobilurinas e carboxamidas sob a fisiologia da cultura irá depender dos fungicidas utilizados na mistura, podendo ter efeito sinérgico ou deletério.

Referências

KLAPPACH, K. Informação sobre carboxamidas em ferrugem da soja. FRAC Internacional, 2017. (Informativo, 01/2017). Disponível em: <http://media.wix.com>. Acesso em: 27 abr. 2017.

SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A. A cluster analysis method for grouping meams in the analysis of variance. Biometrics, v. 30, n. 3, p. 507-512, 1974.

Informações dos autores:  

1UDI Pesquisa e Desenvolvimento, Uberlândia-MG.

Disponível em: Anais da XXXVI Reunião de Pesquisa de Soja. LONDRINA – PR, Brasil.

 

Fonte: Mais Soja

 

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