26 mar de 2018
Brasil – Agricultura – Eles estão voltando

José Zeferino Pedrozo – Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)  do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

A agricultura, na acepção econômica da palavra, é uma atividade que exige especialização e muito conhecimento científico. O Brasil ingressou no Século XXI com uma agricultura moderna, eficiente e sustentável. O setor primário da economia verde-amarela tornou-se a locomotiva do desenvolvimento econômico e, graças a ela, a balança comercial tem se mantido superavitária.

 

A universidade, a agroindústria e, em especial, o Sistema S investiram fortemente na qualificação profissional dos produtores rurais nas últimas décadas. A família rural foi alvo de muitas ações. A propriedade rural passou a ser tratada como uma empresa orientada por visão empreendedora e gestão profissional. Programas de alta performance do Senar, SEBRAE, Sescoop, Secretaria Estadual da Agricultura via Epagri e Ministérios da Agricultura e da Educação levam ao campo os melhores instrutores e as melhores técnicas, fazendo das lavouras, pradarias, estábulos, aviários, criatórios de suínos a sala de aula para transmissão e aplicação do conhecimento em um dos mais bem-sucedidos sistemas de ensino-aprendizagem.

 

Nos últimos anos, os treinamentos de curta duração deram lugar a cursos técnicos, tecnólogos e superiores de excelente qualidade, ministrados de forma híbrida, com aulas presenciais e à distância mediante o emprego combinado de tecnologias pedagógicas e comunicacionais.

Um dos efeitos mais notáveis desse grande esforço de qualificação do campo é o retorno dos jovens ao meio rural. Eles saíram de casa em busca de formação profissional e/ou emprego nas ondas do êxodo rural que ameaçavam esvaziar os campos. Por que estão voltando? Porque novas oportunidades surgem no universo rural. De um lado, grandes cadeias produtivas apesar das oscilações do comportamento do mercado mostram-se capazes de gerar receitas de forma relativamente estável e promissora, financiando o bem estar das famílias rurais. É notório que a avicultura e a suinocultura industrial, a bovinocultura de leite e corte grãos, frutas, flores etc. injetam muita riqueza nas respectivas regiões.

 

De outro lado, as oportunidades surgem em maior profusão no campo. Novas agroindústrias de pequeno, médio e grande portes, empreendimentos de ampliação da base produtiva, oferta de formação profissional direcionados à pecuária e à agrossilvicultura tudo converge para valorizar quem produz e quem deseja trabalhar no vasto arco da agricultura e do agronegócio.

Investimentos sustentados por capitais financeiros nacionais (e muitas vezes das próprias microrregiões) e oferta de trabalho num ambiente de consistente retorno econômico essas são as condições que estão emoldurando o quadro no campo. Renda é tudo. Onde há possibilidade de renda continuada, capaz de sustentar qualidade de vida, haverá agente econômico motivado.

 

Entre tantas outras, a percepção de que os jovens estão retornando evidencia-se em duas ações de enorme repercussão do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural: o Ateg programa de assistências técnica e gerencial e o curso de formação de técnicos em agronegócio. A maior parte dos candidatos é formada por filhos de produtores rurais e já conta com curso superior. A totalidade deles atua diretamente no campo. Eles estão voltando. E isso é bom para a economia e para o País.

 

Fonte: Fecoagro

 

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