O processo de infecção depende da disponibilidade de água livre na superfície da folha, sendo necessárias no mínimo seis horas, com um máximo de infecção ocorrendo com 10 a 12 horas de molhamento foliar. Temperaturas entre 18 ° C e 26,5 ° C são favoráveis para a infecção (Henning et al., 2014).
Segundo Grigolli (2015), diferente de outras doenças fungicas, a ferrugem-asiática não necessita de estômatos, ferimentos ou lesões para infectar a folha. Ela penetra diretamente através da cutícula e epiderme, tornando a infecção mais rápida e fácil.
Figura 1. Ferrugem-asiática em soja.
Ferrugem da soja – Foto: Rizobacter
Conforme recomendações do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas – FRAC, todo o programa de controle da ferrugem-asiática deve ser iniciado de forma preventiva à ocorrência da doença. Contudo, em virtude das condições climáticas observadas na safra 2020/2021, tem-se observado a baixa pressão de inoculo da doença, fato que resulta em uma falsa sensação de segurança ao produtor, que conforme destacado por Marcelo Madalosso, vem flexibilizando o manejo da ferrugem, não realizando aplicações preventivas, principalmente em áreas de pivô.
Madalosso explica que a não aplicação de fungicidas em soja cultivada sob condições de pivô, pode causar sérios danos à soja de sequeiro, isso por que a soja cultivada em condições de sequeiro em sua grande maioria encontra-se em início do desenvolvimento em virtude do atraso na semeadura, especialmente no Rio Grande do Sul. A não utilização de fungicidas em áreas irrigadas, as quais encontram-se em estádios mais avançados do desenvolvimento pode resultar em um aumento da pressão de inoculo para as áreas de sequeiro, fato que pode proporcionar maiores chances para o desenvolvimento da doença.
Assim como recomendações do FRAC-BR, Madalosso chama atenção para o manejo conjunto da ferrugem asiática, sendo essencial que propriedades vizinhas também adotem práticas de manejo eficiente para evitar o desenvolvimento dessa doença tão devastadora, “manejo de ferrugem é manejo de comunidade”. Sendo assim, o manejo da ferrugem, por meio de aplicações preventivas é de extrema importância, mesmo em áreas com baixa pressão de inoculo.
Confira abaixo o que o Professor Marcelo Madalosso tem a dizer sobre o tema.
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Referências:
FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 31/12/2020.
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