17 abr de 2017
Brasil – Agricultura – O problema do milho continua em SC

Por Ivan Ramos

 E a gangorra continua. Uma hora lá em cima e outra hora lá em baixo. Uma vez afetando uma ponta, outra vez a outra. É o problema da produção e abastecimento do milho em SC. Os otimistas dizem que se temos falta de milho, é porque temos indústrias para transforma-lo em carnes agregando valor. Os pessimistas dizem que ou o agricultor quer ganhar demais quando tem oportunidade de vender e não o faz, ou os consumidores do milho querem ter o produto quase de graça, sem preocupação com os custos de produção. Já os realistas afirmam que estamos nessa situação por falta de planejamento da cadeia, em médio e longo prazo.

 

A verdade é que no ano passado as agroindústrias e os suinocultores amargaram prejuízos por falta do produto e excesso de preço, e os plantadores ganharam dinheiro como nunca na atividade. Nesse ano a situação é inversa. As agroindústrias estão comprando barato, e os produtores levando prejuízos. Isso ocorre porque não há preocupação com negociações de médio prazo.

O governo do Estado no ano passado em parceria com as cooperativas ofereceu a alternativa de venda futura do milho com preços assegurando margem de pelo menos 30%, além de ter os insumos para o plantio. Poucos produtores aderiram, achavam que poderiam ganhar mais. Resultado: hoje estão vendendo por menos e sem comprador. Um pouco é falta de tradição em venda futuras na nossa região. Vendedores ficam aguardando melhores preços, que podem não vir:   consumidores esperando queda queda, apostando na insuficiência de armazenagem, como está acontecendo agora.Nenhuma das partes está interessada em venda ou compra futura.

 

Repassando a proposta do ano passado, apenas a Aurora estava disposta a comprar milho antecipada. As outras agroindústrias ficaram apostando na queda de preços, e acabaram acertando. Só que isso pode acontecer o inverso no próximo ano. Há que sentar as partes e achar um meio termo que atenda a ambos os segmentos.Tanto a Secretaria da Agricultura como as cooperativas estão tentando fazer isso, mas faltam os principais interessados – agricultores e agroindústrias concordarem.

Para discutir essa problemática o Canal Rural vai promover em junho um novo debate sobre o a produção e mercado do milho. Dessa vez será em Chapecó e pretende além de envolver na discussão os dois segmentos do sul e  também trazer representantes do PR e RS, pois ambos sofrem de problemas semelhantes, PR  como fornecedor, e o RS como consumidor igual a SC. O secretario Sopelsa realizou a primeira reunião envolvendo o setor do agronegócio para propor parceria nesse evento.

 

Pelo lado dos produtores através das suas entidades a adesão foi imediata. Pelo lado das agroindústrias, ficaram  os  “senões” do Sindicarne. Há tentativas de se ter todas as partes envolvidas, porem segundo o secretario, o evento terá que ser feito, e quem estiver interessado no assunto deve participar. A conclusão da primeira reunião foi de que a transferência de comando das principais agroindústrias de SC para fora do estado mudou o foco de preocupação com os produtores rurais de SC. Foram repetidas várias vezes que a falta de Atílio Fontana, Saul Brandalise, Plinio de Nês e Aury Bodanese no comando das agroindústrias está provocando pouco interesse pelas origens e o berço da suinocultura e avicultura do Brasil.

O argumento do Sindicarne de que se aqui não tem milho, se busca no exterior, foi demonstração pratica de que as agroindústrias não estão mais interessadas no estado e sim nos resultados financeiros das empresas, ignorando a sustentabilidade de um setor que tem sido o grande responsável pelo desenvolvimento econômico e social de SC. Portanto, que está no meio precisa repensar seus comportamentos. Ainda bem que temos a Aurora que olha os dois lados. Pense nisso.

 

Texto originalmente publicado em:
Sistema Fecoagro
Autor: Por Ivan Ramos E a gangorra continua. Uma hora lá em cima e outra hora lá em baixo. Uma vez afetando uma ponta, outra vez a outra. É o problema da produção e abastecimento do milho em SC. Os otimistas dizem que se temos falta de milho, é porque temos indústrias para transforma-lo em carnes agregando valor. Os pessimistas dizem que ou o agricultor quer ganhar demais quando tem oportunidade de vender e não o faz, ou os consumidores do milho querem ter o produto quase de graça, sem preocupação com os custos de produção. Já os realistas afirmam que estamos nessa situação por falta de planejamento da cadeia, em médio e longo prazo. A verdade é que no ano passado as agroindústrias e os suinocultores amargaram prejuízos por falta do produto e excesso de preço, e os plantadores ganharam dinheiro como nunca na atividade. Nesse ano a situação é inversa. As agroindústrias estão comprando barato, e os produtores levando prejuízos. Isso ocorre porque não há preocupação com negociações de médio prazo. O governo do Estado no ano passado em parceria com as cooperativas ofereceu a alternativa de venda futura do milho com preços assegurando margem de pelo menos 30%, além de ter os insumos para o plantio. Poucos produtores aderiram, achavam que poderiam ganhar mais. Resultado: hoje estão vendendo por menos e sem comprador. Um pouco é falta de tradição em venda futuras na nossa região. Vendedores ficam aguardando melhores preços, que podem não vir: consumidores esperando queda queda, apostando na insuficiência de armazenagem, como está acontecendo agora.Nenhuma das partes está interessada em venda ou compra futura. Repassando a proposta do ano passado, apenas a Aurora estava disposta a comprar milho antecipada. As outras agroindústrias ficaram apostando na queda de preços, e acabaram acertando. Só que isso pode acontecer o inverso no próximo ano. Há que sentar as partes e achar um meio termo que atenda a ambos os segmentos.Tanto a Secretaria da Agricultura como as cooperativas estão tentando fazer isso, mas faltam os principais interessados – agricultores e agroindústrias concordarem. Para discutir essa problemática o Canal Rural vai promover em junho um novo debate sobre o a produção e mercado do milho. Dessa vez será em Chapecó e pretende além de envolver na discussão os dois segmentos do sul e também trazer representantes do PR e RS, pois ambos sofrem de problemas semelhantes, PR como fornecedor, e o RS como consumidor igual a SC. O secretario Sopelsa realizou a primeira reunião envolvendo o setor do agronegócio para propor parceria nesse evento. Pelo lado dos produtores através das suas entidades a adesão foi imediata. Pelo lado das agroindústrias, ficaram os “senões” do Sindicarne. Há tentativas de se ter todas as partes envolvidas, porem segundo o secretario, o evento terá que ser feito, e quem estiver interessado no assunto deve participar. A conclusão da primeira reunião foi de que a transferência de comando das principais agroindústrias de SC para fora do estado mudou o foco de preocupação com os produtores rurais de SC. Foram repetidas várias vezes que a falta de Atílio Fontana, Saul Brandalise, Plinio de Nês e Aury Bodanese no comando das agroindústrias está provocando pouco interesse pelas origens e o berço da suinocultura e avicultura do Brasil. O argumento do Sindicarne de que se aqui não tem milho, se busca no exterior, foi demonstração pratica de que as agroindústrias não estão mais interessadas no estado e sim nos resultados financeiros das empresas, ignorando a sustentabilidade de um setor que tem sido o grande responsável pelo desenvolvimento econômico e social de SC. Portanto, que está no meio precisa repensar seus comportamentos. Ainda bem que temos a Aurora que olha os dois lados. Pense nisso.
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