11 maio de 2020
Brasil – Agricultura – O problema está se afunilando

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

 A frase de que um problema está se afunilando, usada para demostrar que um assunto está convergindo para um único ponto, parece ser válida nesse momento no Brasil e especialmente em SC. É comum a sociedade questionar regras governamentais, quando fazem exigências exageradas em normas legais para conceções de autorizações, licenças, credenciamentos ou coisas desse gênero. Costumamos dizer que é muita burocracia e atraso de processos e que as normas partem do princípio de que todos são desonestos, e não o contrário. De outro lado, detentores de cargos públicos, costumam dizer que as leis são muito restritivas e impedem que haja maior agilidade das ações e decisões governamentais e políticas.

Acho que os dois casos têm boa dose de verdade. O contribuinte é muito exigido, mas também existem governantes ou gestores públicos que são oportunistas, para não dizer relapsos, quando têm liberdade exagerada. Há que se encontrar o meio termo, não dá para deixar tudo liberado em termos de normas, porque os eventuais inescrupulosos se aproveitam das liberdades, não observando os interesses coletivos, e passam a praticar os benefícios individuais ou de grupos. Por outro lado, ressalte-se que não se pode generalizar de que todos os gestores públicos se aproveitam de oportunidades para praticar atos ilícitos.

A liberalização geral determinada nas leis em função da Pandemia e da Calamidade Pública, desburocratizando o serviço público, abriu-se as portas para os oportunistas de plantão se aproveitarem da liberdade para praticar desonestidades e imoralidades.

Nem vamos citar casos pontuais aqui ou em outros estados, porque a mídia está fazendo isso, e todos os dias aparecem mais fatos que revoltam a população pelas práticas adotadas nos gastos do dinheiro público.

Estados e municípios, colocam a crise no colo do governo federal, se utilizando dos políticos que pensam e agem igual, para obter recursos em nome da saúde e praticam atos indesejáveis com esses recursos.  E o público tem que ficar assistindo, sem poder de ação.

Acontece isso no Brasil, certamente também ocorre em outros países com o mesmo problema. E os recursos vão para o ralo, ficando para o contribuinte no final pagar a conta. É uma cultura impregnada no ser humano que se alastra em diversos setores da sociedade, e, reservadas às proporções, deve acontecer também em outras entidades associativas, como no esporte, por exemplo, onde gananciosos se aproveitam das posições que desfrutam para buscar benefícios próprios.

A pandemia está mostrando a outra face das pessoas: levar vantagens em tudo em cima da desgraça alheia. O problema está se afunilando e as verdades estão aparecendo. O que se espera e que com essa crise mundial possamos tirar algo de positivo para mudança do comportamento humano.  Separar o joio do trigo. Todos nós temos que fazer um exame de consciência das nossas atitudes e verificar o que podemos fazer para o bem coletivo e não apenas individual. Isso vale para todos nós, e na iniciativa privada também. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro

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