22 jun de 2020
Brasil – Agricultura – PrevNext Lideranças do agronegócio catarinense avaliam o Plano Safra 2020/2021 e dizem que é positivo

O Governo Federal anunciou na última semana o Plano Safra 2020/2021. A agropecuária brasileira deverá contar com recursos totais na ordem de R$ 236,30 bilhões, cerca de 6.1% a mais do que a safra passada. Desse total, R$ 179,38 bilhões serão destinados para custeio e comercialização e industrialização e os outros R$ 56,92 bilhões para investimento.

Dos valores anunciados, R$ 154,3 bilhões serão com juros subsidiados e R$ 82 bilhões com juros livres a critério dos bancos.

Estão sendo disponibilizados também cerca R$ 1,3 bilhões para o seguro Rural e R$ 2.37 bilhões para comercialização.

Os juros dos financiamentos terão redução neste Plano, embora ainda estejam acima da Selic do momento.

Agricultores que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)  terão taxas de juro entre 2,75% e 4% ao ano. Para pequenos (que estão fora do Pronaf) e médios, o índice é de 5% ao ano. Os demais terão juros de 6% ao ano.

Os juros para o Moderagro, que no ano passado estavam entre 8,5% a 10,5% ao ano, agora baixaram para 6%. Para o Moderfrota, passou para 7,5% ao ano, contra 8% antes. No Plano ABC, variarão de 4,5% a 6%, contra 5,35% a 7% no ano-safra anterior. Para o PCA, os juros do atual Plano Safra são de 5% a 6%; no Inovagro e no Pronamp, 6%.

Para 2021, segundo o Ministério da Agricultura, o valor para subvencionar a contratação de apólices de seguro rural em todo o país será de R$ 1,3 bilhão, um novo recorde. Em 2020, o orçamento foi de R$ 1 bilhão e, no ano anterior, de R$ 440 milhões.

Na área das cooperativas, o Plano Safra contempla o PROCAP-AGRO recursos de R$ 1,5 bilhão ao juro de 7 por cento ano, com prazo de dois anos, limitados a R$ 65 milhões por cooperativa.

Também para as cooperativas terá recursos do PRODECOOP, destinados a investimentos, no valor de R$ 1,65 bilhão, acréscimo de 28% em relação ao ano anterior, com juros de 7%, ao ano, limitado a R$ 150 milhões por cooperativa para pagamentos em 12 anos.

Na área de custeio nas cooperativas, está sendo simplificado o processo operacional nos financiamentos de aquisição de insumos para fornecimento aos cooperados.

Lideranças do setor agropecuário de SC avaliaram o novo Plano Safra 2020/2021 que começa a valer a partir de 1º de julho.

De modo geral, todas consideraram positiva a decisão e que deve ajudar ao setor produzir mais.

Para o presidente da OCESC, Luiz Vicente Suzin, o Plano foi satisfatório. Apenas no caso dos juros para armazenagem, as taxas ficaram um pouco elevadas, considerando os custos dos investimentos e o retorno que a atividade de armazenagem pode proporcionar:

“Referente ao Plano Safra 2020/2021 lançado nós achamos que ele foi bem satisfatório. O montante de R$ 236 bilhões de reais houve um acréscimo em relação ao ano passado. R$ 179 bilhões para comercialização e industrialização e R$ 56 bilhões para investimentos achamos eu foi bem satisfatório. No que tange referente a taxa de juros houve redução também da taxa de juro. Nós sabemos que ele não pode ser comparado com a taxa Selic. Na área de armazenazem achamos que o juro devia ser mais acessível, um juro menor. Um grande avanço foi o seguro agrícola que foi mais de R$ 1 bilhão e 200 milhões. Isso é muito importante porque o seguro agrícola traz para o nosso produtor mais segurança e dá um alento também. Comparando hoje a situação que nós passamos em nosso país dá para se dizer que o Plano 2020/2021 foi satisfatório.”

Já o presidente da Fecoagro, Claudio Post, também considerou positivo o Plano anunciado, apesar de que os juros definidos ainda estão acima da Selic atual, mas reconhece que como o juro fica fixo para um ano para o custeio e até doze anos nos investimentos, e a Selic é variável e pode ficar superior desse juro na vigência dos financiamentos, é possível entender a razão da não equivalência:

“Nós vimos que a agricultura foi bem prestigiada com a presença do Presidente da República, do vice-presidente da República e do ministro da Fazenda. Tivemos um aumento de aporte de recursos, continua recebendo incentivos para continuar o seu trabalho. Tivemos então uma quantidade maior para o Pronaf, que atende a maioria dos nossos produtores catarinenses, onde que a agricultura familiar tem juros bem acessíveis, então isso vai dar condições de desenvolvimento do modelo da nossa agricultura, que é muito importante. Também tivemos a inovação de se incentivar o financiamento de sistemas de sustentabilidade e irrigação, que é um ponto muito positivo no novo Plano. Temos também mais recursos para as cooperativas para armazenagem, que também é muito importante já que ainda temos um déficit de armazenagem em Santa Catarina. No tocante ao juro, se nós olharmos o juro hoje ele baixou. Se compararmos com a taxa Selic ele está realmente bastante alto hoje, mas temos que ressaltar que o juro para a agricultura é fixo. É um ponto a favor. A Selic é móvel e ela poderá voltar a subir e complicar.”                 

O presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura de SC (Fetaesc) José Walter Dresch, também considerou positivo o Plano Safra para o período 2020/2021, mas disse que esperava mais. Considerou importante os R$ 33 bilhões ofertados para a agricultura familiar, mas os juros ainda assim estão elevados e lembrou que quando a inflação era de 15 por cento, o agricultor familiar já tenha juro de dois por cento para investimentos; agora com inflação baixa proporcionalmente o juro fica alto. Mas entende que os valores anunciados são importantes, que houve avanços em relação aos anos anteriores:

“A Fetaesc considerou importantíssimo o esforço feito pela ministra Tereza Cristina na negociação junto com área da economia para que tivéssemos de fato redução dos juros dos créditos rurais, principalmente na questão do custeio. Esperávamos mais. Foi no sentido do montante um valor expressivo 33 bilhões para a agricultura familiar nós acreditamos que deva suprir a demanda do crédito para a agricultura familiar, mas com relação à questão dos juros nós entendemos que poderia ter tido uma redução maior até porque nos períodos que tínhamos 14, 15% de inflação nós tínhamos Pronaf a 2% na área de investimento. Então eu acho que isso é uma questão que deixa a desejar, mas ficamos ainda felizes com relação à questão dos recursos disponibilizados para assistência técnica, para questão do seguro agrícola, esperamos que fortaleça o Proagro. Enfim, a Fetaesc vai ficar acompanhando o desenrolar de toda essa questão. Esperamos que de fato seja disponibilizado esse valor de R$ 33 bilhões para agricultura familiar e os mais de R$ 200 bilhões para agricultura de uma maneira geral. Nós entendemos que avançou, soma positivo, graças ao esforço feito pela ministra e a compreensão do governo no sentido da importância do agronegócio, da agricultura familiar para a economia de Santa Catarina e para a economia do Brasil”.

Para o presidente da Federação da Agricultura de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, os valores dos recursos anunciados para o Plano Safra no plantio 2020/2021, estão dentro das expectativas do setor, pois houve acréscimos em relação ao período anterior. Pedrozo destacou o prestigio da ministra da Agricultura Tereza Cristina, que conseguiu sensibilizar a área econômica do governo e avançar na atenção ao setor agropecuário.

“Os recursos disponibilizados R$ 236,3 bilhões estão dentro do que era a expectativa do setor. Os juros foram reduzidos. Destacamos a verba ao Pronaf R$ 33 bilhões e ao Pronamp R$ 33,2 bilhões. Para nós catarinenses que tem a maior procura pelos nossos produtores por serem eles pequenos e médios a nosso ver vai atender a nossa demanda. Importante é a verba destinada ao seguro rural R$ 1,3 bilhão bem como os R$ 2,7 bilhões de apoio à comercialização. Temos que registrar o prestígio da ministra da agricultura Tereza Cristina que saiu prestigiada desse evento pois viabilizou os recursos reivindicados num período em que a economia se ressente motivada pela pandemia de que somos tomados.”

O deputado Moacir Sopelsa, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo na Assembleia Legislativa de SC, ex-secretário de Agricultura do Estado, também considerou no geral que o Plano Safra foi bom. Conseguiu ampliar a oferta de recursos com juros controlados, ou subsidiados, inclusive para o setor cooperativista. Pode não ser o ideal, disse Sopelsa, mas avançou bastante em relação aos planos anteriores. Considerou altamente positivo o aumento da oferta de recursos para o seguro agrícola:

“O Plano Safra deste ano traz melhorias que são importantes que podemos observar. Primeiro o avanço de recurso. A distribuição dos recursos no Procap-Agro. O recurso no Prodecoop atende alguns dos pleitos das nossas cooperativas. O programa tem mais recursos que o ano passado, como disse melhor distribuído, mas temos algumas coisas que precisamos que elas melhorem. O juro para os investimentos é muito alto no momento que nós vivemos, devia ser menor. Os juros no geral, embora tenham sido menores do que o Plano do ano passado,, mas ainda eles são juros que são superiores a Selic. São maior do que os juros que o próprio produtor pode aplicar os seus recursos. É melhor que o ano passado, mas ainda não é o ideal que nós precisamos para o nosso agricultor. O seguro rural melhorou, isso é importante também. O financiamento para armazenagem. Nós temos que reconhecer que a armazenagem é uma coisa importantíssima para a agricultura, para o agronegócio. Enfim, se nós fizermos uma avaliação entre o positivo e o negativo não tenho dúvida que ele foi melhor que 2019/2020. 2020 para 2021 melhorou.”

O secretário da Agricultura Ricardo Gouvêa também gostou do Plano Safra anunciado na última semana pelo Governo Federal. Lembrou que para SC a abrangência será ainda maior, pois como nossos agricultores em mais de 95 por cento são da agricultura familiar, serão enquadrados nos juros do Pronaf, mas baixos e que atende uma camada bem mais ampla de produtores rurais. Também destacou a inclusão de mais recursos para o Prodecoop e o Procap- Agro, que atende investimentos nas cooperativas. Serão R$ 3,25 bilhões nos dois programas, com juros de sete por cento ao ano. Além disso, o Plano está prevendo simplificação do processo operacional para os financiamentos de insumos que as cooperativas repassam aos associados. O secretário Ricardo Gouvêa  gostou do Plano:

“O Plano Safra 2020/2021 lançado na última semana pelo ministério da Agricultura ele traz sem dúvida um aumento de recursos para vários setores para várias linhas de crédito inclusive Pronaf, Pronamp. Que ajuda sem dúvida muito produtor. Para Santa Catarina é importante nós destacarmos que 95% dos nossos produtores aqui são de economia familiar e que diante então da proposta feita pelo Pronaf isso vai ajudar muito nosso produtor aqui com um bom recurso. Acho que cabe destaque também a questão das cooperativas que voltam a fazer parte do Plano Safra com dois programas importantes, com um bom número de recurso, com o valor de recursos, como também o quantidade de recurso aportado para o seguro rural. Esse sem dúvida é fundamental porque traz uma garantia ao produtor e uma forma do produtor não ficar tão sujeito aos riscos inerentes à atividade. De modo geral acredito que o Plano Safra está melhor. Poderia talvez alguns pontos ter melhorado um pouco mais, mas eu acho que modo geral ele vai atender sem dúvida principalmente Santa Catarina.”

Fonte: Fecoagro

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