O mercado da soja em Mato Grosso, após apresentar volumes consideráveis de vendas em maio, aproveitando-se da alta do dólar, voltou a apontar lentidão nas negociações em junho. Isso porque, até o momento, o valor médio no mês é de R$ 53,66/sc, registrando recuo ante o mês anterior e ficando abaixo do ponto de equilíbrio da safra, que é de R$ 54,57/sc. Além disso, se for comparado a junho/16, quando a soja registrou preço nominal inédito, de R$ 82,30/sc na média de junho, a diferença em relação a este ano torna o produtor menos negociador neste momento, fazendo muitos travarem as negociações aguardando melhores oportunidades para negociação da safra atual. Na próxima semana o USDA deve atualizar os seus dados de área da nova safra dos EUA, e caso seja anunciado um novo aumento na área que está sendo semeada, a pressão baixista sobre as cotações internacionais pode se elevar, o que refletirá diretamente no mercado interno.

Destaques do boletim:

• O preço da soja em grão em MT apresentou média semanal de R$ 53,58/sc, com desvalorização de 1,25%, pautada, sobretudo, na retração da CBOT.
• O contrato para mar/18 na CBOT encerrou a última semana com queda de 2,52% e média de US$ 9,19/bushel. A melhora climática no cinturão agrícola dos EUA teve um maior peso no mercado.
• A paridade de exportação para mar/18 apresentou recuo semanal de 1,36%. O recuo nos
  preços da CBOT foi a principal variável de impacto.
• A margem bruta de esmagamento em Mato Grosso apresentou alta de 5,26%. A diminuição mais acentuada nos preços do grão teve maior impacto ante a baixa nos preços dos subprodutos.

Nos cinco primeiros meses de 2017 o mercado da soja em MT registrou demanda recorde. A quantidade exportada do grão até maio é a maior para o período, de 11,47 milhões de toneladas, e o consumo interno também, de 3,88 milhões de toneladas. É percebida uma nova tendência desde 2016, em que a demanda pela soja de MT está mais concentrada no primeiro semestre do ano, diferentemente dos anos anteriores, quando adentrava o segundo semestre junto com as exportações de milho. Se for comparada a quantidade já exportada e esmagada de soja por MT em 2017 em relação ao volume comercializado até maio, percebe-se que 72,8% das vendas da safra foram “absorvidas”, sendo esta relação maior que nas últimas três safras. A grande demanda, aliada às baixas vendas da safra 16/17, que registra os menores níveis da série histórica do Imea (2008), pautou o aumento na relação. Espera-se que a curva da demanda no segundo semestre seja menor que nos anos anteriores para as exportações.

Fonte: Imea

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