26 nov de 2018
Brasil – Agricultura – Programa de Incentivo ao Plantio do Milho ajudou melhorar a produtividade

Por Ivan Ramos – diretor executivo da Fecoagro

As parcerias entre os governos e as entidades privadas, ou associativas para desenvolver projetos de interesse coletivo já fazem parte da nossa história dos últimos anos. É comum se ouvir dizer que a iniciativa privada sempre faz melhor do que os órgãos públicos. E fazem mesmo, porque nesse setor existe o espírito de custo/benefícios, isto é, se investe ou se gasta quando se tem a garantia do retorno.

 

No setor público não é bem assim. Não que isso seja regra, pois existem muitos administradores públicos que também pensam e agem de forma empresarial, só que as regras que são criadas acabam inviabilizando melhor análise, engessando atividades e se entra na rotina de que se tem orçamento, se executa sem muito critério e pouca preocupação com os preços e a qualidade dos produtos ou serviços contratados.

No setor agrícola, onde temos melhor domínio, as parcerias com governo têm dado resultados positivos e palpáveis. O exemplo mais atual é o Programa de Incentivo ao Plantio de Milho. Uma parceria que vem sendo realizada com a Secretaria da Agricultura, a Fecoagro, as cooperativas e as agroindústrias há mais de 20 anos mostra que dá para fazer mais, com menos e muito mais eficiente com resultados para todos. Os incentivos para que se amplie a área de produtividade de milho em SC tem dado resultados consideráveis. Não apenas em termos sociais para auxiliar nos custos de produção para os pequenos agricultores, como também na diminuição do déficit de milho em SC.

 

Todos nós sabemos que nosso Estado consome mais que o dobro do milho que produz. Não temos mais área para ampliar o plantio. Ou temos que buscar áreas destinadas a outras culturas, ou temos que aumentar produtividade na mesma área. Existe uma lenda no setor agrícola de que o pequeno agricultor não gosta de adotar novas tecnologias por considerar muito cara. Em SC não vale mais essa premissa.

 

O Programa Terra Boa, o Troca-Troca do Governo do Estado tem mostrado nos últimos anos que o agricultor de pequenas áreas também usa novas tecnologias. O programa de sementes de milho e de calcário comprova que nos últimos três anos registrou-se uma inversão total na opção por sementes de altas tecnologias. Nesse ano, por exemplo, cerca de 75 por cento das sementes de milho destinado ao Troca-Troca tem sido de variedades que produzem mais 180 sacos por hectare. Há bem pouco tempo se usava semente que produzia no máximo 90 sacos por hectare.

 

Aliado a semente, os demais insumos também tem sido de ponta. Os fertilizantes granulados, NPK no grão, por exemplo, tem aumentado a demanda com muita rapidez.  São mais caros, mas o resultado em produtividade é outro.  O Programa Terra Boa executada pelas cooperativas atende apenas agricultores familiares que tem direito de apenas 5 sacos de semente com preço subsidiado e tem sido o responsável pela elevação da produção e produtividade em nosso Estado. A média desse ano está prevista de mais de 8.500 kg por hectare, existindo regiões que passa de 10 mil kg e até de 12 mil kg por hectare. Mais que o dobro da média nacional. É a tecnologia agindo também nas pequenas propriedades graças às parcerias.

 

Dessa forma é fácil se concluir que todo e qualquer incentivo que o governo possa repassar através das entidades privadas, se bem aplicado, reverte em resultado para o produtor, para as cooperativas, para as agroindústrias e para o Estado de SC, pois afinal, quanto mais milho se colher dentro do Estado, menos tributos se perde ao não trazer de outros estados, pois o tributo fica lá. E muito fácil fazer as contas e chegar a essa conclusão. Portanto, afirmar que subsídios governamentais são desperdícios é não conhecer a realidade, pelos menos no setor agrícola. Pense nisso.

 

Fonte: Fecoagro

 

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