01 dez de 2016
Brasil – Agricultura – Se depender do clima, safra 2016/2017 será um sucesso

Chuvas vieram mais cedo este ano para o Centro-Norte do Brasil por causa do La Niña

November 30, 2016 19:35  |  Redação – Canal Rural

Se o clima foi o vilão o ano passado, em 2017 será o fator que vai impulsionar as lavouras. Vivemos na última safra um dos El Niños mais fortes da história, que retirou as chuvas do Centro-Norte do Brasil. A estiagem provocou perdas de mais de 35% na produção de grãos do Nordeste do Brasil. Segundo dados da Conab, no Centro-Oeste a falta de chuva causou quebra de 18% das lavouras.

Neste ano, as chuvas já voltaram mais cedo. A janela ideal para o plantio em parte do Matopiba, que inclui os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, começa no início de novembro e vai até os primeiros dias de dezembro. Muitos produtores do Maranhão e do Tocantins já plantaram na segunda quinzena de outubro com o retorno das chuvas.

Em Mato Grosso, os trabalhos de plantio estão quase concluídos. Nessa última semana foram plantadas 98% de todas as áreas previstas, com trabalhos finalizados no médio-norte, noroeste e oeste do estado.

A região com maior atraso é a Nordeste, em que, pela irregularidade das chuvas, ainda falta plantar 13% da área estimada. Nesses últimos dias, grande parte do Nordeste teve menores volumes de chuva e temperaturas mais altas. Assim, algumas áreas com plantios mais precoces devem ter problemas com o desenvolvimento das plantas.

Da mesma forma, segundo a Aprosoja/MS, o estado de Mato Grosso do Sul também deve encerrar o plantio nos próximos dias. Porém municípios como Amambai, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Laguna Carapã, Ponta Porã e Sete Quedas, entre outros, já concluíram a semeadura.

Por causa da irregularidade das chuvas, boa parte do Mato Grosso do Sul, especialmente o sul do estado, tem passado por um período de menores volumes de chuva e temperaturas mais altas, o que pode provocar queda no potencial produtivo da soja nesse período.

No mesmo ritmo está Goiás, que deve encerrar praticamente todo o plantio nos próximos dias, já que as chuvas contribuíram bastante para os bons índices de umidade do solo.

No Rio Grande do Sul, o plantio alcançou 60% da área já implantada. Em algumas situações, o atraso na colheita do trigo fez com que agricultores optassem por realizar o plantio logo após a dessecação, o que poderá trazer problemas futuros no controle de plantas daninhas em pós-emergência (especialmente a buva).

Após a ocorrência da chuva no meio da semana passada, retomou-se o plantio da cultura de forma intensa, visto que nos últimos dias as condições de umidade encontram-se ideais para a realização desta prática. As lavouras já implantadas estão com boa germinação, porém em algumas áreas foi observado o tombamento de plântulas por calor, especialmente na região das Missões e Fronteira Noroeste. O risco de uma safra com o La Niña fica justamente focado no Rio Grande do Sul, que vai ter maiores janelas de tempo seco.

Com isso, o plantio da safra da soja caminha para o final na maioria das principais regiões produtoras do país. No Paraná, no último final de semana, os plantios superaram, na média, 98% de toda a área estimada, já tendo sido encerrada em parte do oeste e norte do estado, como em Cascavel e Maringá, e encaminhando para finalização nas regiões de Apucarana, Londrina e Cornélio Procópio.

As regiões com menor porcentagem de plantio são o sul do estado, regiões mais frias e onde o plantio depende da colheita do trigo. Exemplos: em Irati até esse início de semana o plantio chegou a 85% do estimado; nas regiões de União da Vitória e Curitiba, chegou a 90% das áreas estimadas.

“Na média do estado, 70% das plantas estão em estádio de desenvolvimento vegetativo, 24% em florescimento e 2% em frutificação”, explica o agrometeorologista Leandro Calve, da Somar.

Segundo ele, de uma forma geral, as lavouras estão em boas condições de desenvolvimento, porém, em algumas regiões do estado, como as de Jacarezinho e Pato Branco, já têm relatado queda na qualidade das lavouras em virtude da alta temperatura da última semana e poucas chuvas. Porém, com as chuvas desses dias, há uma perspectiva de melhora na disponibilidade hídrica e retomada do bom desenvolvimento das plantas.

Nos próximos dias, as chuvas serão mais distribuídas entre o centro-norte do Paraná, Sudeste e grande parte do Centro-Oeste e oeste da Bahia. As temperaturas ficarão mais altas também no Centro-Oeste, especialmente no norte do Mato Grosso e também região do Matopiba e faixa oeste dos estados da região Sul.

Essas condições favorecerão o término de plantio na maior parte do país, porém essas condições também podem provocar algum déficit hídrico em plantações do norte e oeste do Rio Grande do Sul, oeste paranaense e Mato Grosso do Sul e também nas lavouras do norte e nordeste do Mato Grosso.

As demais regiões devem ficar atentas às doenças e pragas relacionadas à umidade associada às temperaturas mais altas, especialmente em Mato Grosso e Goiás. A partir da segunda quinzena de dezembro, a chuva volta a ganhar mais força no Matopiba.

Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural

 

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