29 jun de 2017
Brasil – Agropecuária – Cadeia precisa se unir para resolver embargo

Elcio Inhe, presidente do Sindan, acredita que solução para suspensão da compra de carne pelos EUA virá de trabalho integrado

Thuany Coelho

A união da cadeia produtiva de carne deve ser a saída para resolver a questão da suspensão de importações de carne bovina fresca brasileira pelos Estados Unidos. É o que diz Elcio Inhe, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). “Temos que analisar exatamente o que está acontecendo. Eu acredito que a solução virá de um trabalho integrado de fiscalização, frigoríficos, da indústria veterinária e do pecuarista”.

 

No Animal Health Innovation Latin America, fórum global do setor de saúde animal realizado em São Paulo nesta terça, 27, ele afirmou que a entidade já teve reuniões com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas que ainda não há uma certeza sobre a causa e que o sindicato ainda não recebeu laudos oficiais sobre a situação. “Sabemos que existe o problema, mas não ainda se é da reação vacinal. É muito difícil saber pelas fotos que vimos. Estamos procurando obter informações mais precisas, pois pode ser da vacina, mas também de como a aplicação foi feita”, explica.

 

Inhe diz que o importante agora é entender de vez os problemas e, com isso, melhorar os processos em todos os elos que compõem o setor. “Tem que investigar, até para ver se é da vacina – o que achamos que não é, ou então o problema seria muito maior. A gente sabe que são milhões de cabeças no país e nem sempre é um veterinário que está ali aplicando, então talvez o produtor precise tomar mais cuidado na aplicação da vacina, mas também colocar a culpa nele não faz sentido. E o frigorífico tem que fatiar até o fim se for preciso para descartar qualquer problema”.

 

Ele ainda reforça que é preciso resolver a questão com rapidez para “provar que nossa carne é boa e que foram casos isolados”. Apesar de responder por apenas 3% das exportações brasileiras de carne in natura, a abertura do mercado norte-americano é importante para a imagem do produto brasileiro. “A gente sabe a oposição que existe lá dentro [nos EUA] para que nossa carne não entre, mas precisamos resolver o problema e voltar a exportar”.

 

Repercussão – Inhe, porém, não acredita que é necessário alarmismo sobre a questão. A mesma opinião é compartilhada pelo diretor presidente da Vetoquinol, Wolfgang Haag, que também participou do fórum. “Não é uma crise mundial, são altos e baixos no negócio. O mercado aqui é bem desenvolvido, não pode jogar um caso em cima de todo o mercado”, diz o alemão, que mora no país há quase dois anos.

 

Ele reforça, contudo, a necessidade de corrigir o problema e reforçar o sistema de auditoria sanitária para evitar novos casos. “Quando você erra, tem que ter um plano e resolver, treinar as pessoas. O agronegócio aqui é gigante, mas pode ser ainda maior e produzir com mais qualidade se os animais forem melhor fiscalizados”.

 

Mudanças na vacina – Na semana passada, o Mapa divulgou que a vacina contra a febre aftosa passará por mudanças. O primeiro passo será retirar o vírus C de todas as doses produzidas no país, já que um estudo do Centro Panamericano de Febre Aftosa concluiu que não há mais a circulação desse tipo na América do Sul. Essa nova vacina já será aplicada no ano que vem. Outra alteração será a redução da dose, de 5 ml para 2 ml, por não ser mais necessária uma dose reforçada da vacina no país. Segundo Elcio  Inhe, ela entrará no mercado em 2019.

Fonte: Portal DBO
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