19 set de 2017
Brasil – Agropecuária – Empresa vai produzir etanol a partir da soja

Caramuru aproveitará melaço da oleaginosa, resíduo da produção de proteína, para fabricar o biocombustível

A Caramuru anunciou nesta terça-feira, 19, que vai investir R$ 115 milhões na ampliação do complexo industrial de Sorriso, no Mato Grosso, para a produção de etanol hidratado a partir de melaço de soja e também no processamento de lecitina. A iniciativa com o biocombustível é pioneira em escala industrial e é uma forma de não desperdiçar resíduos e agregar valor à cadeia. As experiências atuais são a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba. A unidade terá capacidade anual de 6,8 milhões de litros de etanol hidratado e 3.000 toneladas de lecitina. A produção deve começar em cerca de dois anos.

 

“Esse projeto é mais uma iniciativa que a Caramuru empreende para agregar valor à sua produção. Paralelamente, o investimento abre novas oportunidades de negócios para o produtor de Mato Grosso”, diz César Borges de Sousa, vice-presidente da empresa. A tecnologia de produção de etanol a partir do melaço da soja foi desenvolvida por Paula Siqueira, da Intecso, e licenciada para a Caramuru. Segundo o site da Intecso, “os açucares que compõem o melaço são mais complexos que os encontrados na cana de açúcar ou no milho tornando o processo fermentativo desafiador”. Apesar disso, “os rendimentos obtidos superaram as expectativas tendo-se hoje um processo de produção de etanol hidratado de soja em escala industrial com custo de produção 50% menor em relação ao processo com cana-de-açúcar”.

 

O etanol hidratado, além de ser usado como combustível para veículos, na sua forma pura, é também matéria-prima industrial. A lecitina de soja também é aplicada em vários segmentos, como os de chocolates, margarinas, sorvetes, biscoitos, pães e massas, produtos instantâneos, doces e molhos, além de ser utilizada na fabricação de produtos dietéticos, farmacêuticos e em cosméticos.

A ampliação do complexo industrial da Caramuru em Sorriso criará 60 novos empregos diretos e 200 indiretos para a região. Na unidade, a empresa já produz: Farelo Hipro, Óleo e Proteína Concentrada de Soja (SPC), um produto com alto teor de proteína, acima de 60%. O SPC é integralmente exportado para a Europa pela através dos terminais da Caramuru em Itaituba, no Pará, e no Porto de Santana, no Amapá.

 

Todo o potencial da matéria-prima soja será aproveitado com alta eficiência energética na nova planta do complexo industrial, minimizando os impactos ambientais. Ao processar a soja, será produzido simultaneamente energia elétrica (cogeração), biodiesel e etanol hidratado.

 

Investimento – R$ 69 milhões dos R$ 115 milhões que serão investidos terão como origem a a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública de fomento à ciência e inovação. A primeira parcela, de R$ 40 milhões, já foi liberada. O restante do investimento será arcado pela Caramuru, por intermédio de recursos próprios e captação em bancos.

 

Fonte: Caramuru
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