15 abr de 2018
Brasil – Agropecuária – Frigoríficos devem reduzir ritmo de abates

Após pico no primeiro trimestre, principalmente pelo descarte de fêmeas, margem menor deve desestimular as terminações

 

Após um pico de abates de bovinos nos últimos meses, frigoríficos brasileiros devem promover um ajuste de produção e reduzir o ritmo, avalia o gerente executivo de Compra de Gado da Minerva, Fabiano Tito Rosa. Ele diz que o motivo principal são as margens mais apertadas da indústria, com a queda do preço da carne bovina e o aumento da arroba do boi. “O consumo está melhorando, mas a produção cresceu muito mais”, disse Tito Rosa, durante palestra no Intercorte, evento realizado nesta sexta-feira, 13, em Cuiabá, MT.

 

O executivo afirmou que os abates cresceram exponencialmente em todo o país no primeiro trimestre, sobretudo por causa do expressivo descarte de fêmeas. No caso da Minerva, o avanço nos trabalhos foi de 32% em relação a igual período de 2017, segundo ele. Conforme os números do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, os abates no período quase dobraram. O executivo disse que deve haver erro nos números do governo e que já foi solicitada uma revisão. “Não dobramos o abate, mas aumentamos muito, sim”, diz Tito Rosa.

 

“A exportação está indo muito bem, quando olhamos o número absoluto. Mas, ao mesmo tempo, a produção subiu, por isso o preço médio caiu”, disse. Segundo ele, Rússia e Estados Unidos, países que embargaram as compras de carne bovina do Brasil no ano passado, são importantes na formação de preço, o que prejudica a rentabilidade. “A Minerva tinha duas unidades habilitadas para os EUA e era de longe o melhor mercado para a venda de (cortes de carne do) dianteiro”, disse. Ele disse que a Rússia, por sua vez, é bastante atrativa para a venda de recortes bovinos.

 

Tito Rosa ressaltou, ainda, que o Brasil pode crescer bastante em mercados internacionais, mas que precisa estar pronto para atender às exigências, como questões de idade e peso dos animais abatidos. “Se eu quiser ter liquidez, eu tenho de atender”, comentou. “O mercado cresce, mas com o aumento proporcional de nível de exigência”, afirmou. Em relação ao consumo doméstico, o executivo vê crescimento, mas se diz mais otimista com relação ao segundo semestre. “(2018) Vai ser mais um ano volátil e é preciso fazer estratégia de gestão de risco, usando ferramentas de hedge que existem”, completou.

 

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
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