07 jul de 2017
Brasil – Agropecuária – Guilherme Marques defende serviço de inspeção brasileiro

Diretor do Mapa rebate críticas e afirma que fiscalização de produtos de origem animal do Brasil é reconhecida como excelente pela OIE

A suspensão das importações de carne bovina do Brasil pelos EUA  na última semana reacendeu o debate sobre a retirada da vacina contra a febre aftosa e a qualidade dos produtos utilizados na composição do medicamento.

De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, a vacina brasileira é exemplo para o exterior e o baixo índice de reação aos componentes comprova a sua qualidade. “Vacinamos mais de 400 milhões de cabeças e temos um número baixíssimo de reações. A vacina não é boa, ela é ótima”, destacou.

 

Além dos questionamentos em relação ao manejo e elementos da vacina, a barreira americana colocou em xeque também a qualidade do serviço de inspeção de produtos de origem animal do Brasil.

“Esse serviço é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como excelente. Não há motivos para questionar a sua qualidade simplesmente por causa desse desentendimento com os EUA. Foi esse serviço que permitiu que o País se tornasse referência na produção mundial”, afirmou Marques, informando que a OIE realizou duas auditorias no serviço de inspeção brasileiro (2007 e 2014) a pedido dele e classificou o serviço como acima de satisfatório.

 

O executivo também destacou que, mesmo com o vírus controlado no País, é possível o surgimento de algum eventual foco da doença. “Tenho certeza de que o vírus não circula mais no País, mas ele pode ser trazido do exterior”, informou Marques, citando o exemplo do Japão que, mesmo sendo uma ilha e tendo erradicado a doença há mais de 100 anos, registrou um foco da doença e teve que sacrificar mais de 2 milhões de cabeças. “O fato de os japoneses nunca terem visto um animal com aftosa dificultou o diagnóstico e quando a doença foi identificada já era tarde demais”.

 

As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira, durante a apresentação do Plano Nacional de Febre Aftosa (PNEFA), na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo, SP. O plano requer uma série de metas e, quando concluído, ajudará o país a economizar mais de US$ 1 bilhão gastos com vacinação anualmente.

“Vale ressaltar que o objetivo é a erradicação da doença e não somente a retirada da vacinação. A retirada da vacinação é apenas uma etapa do projeto. Com isso, conseguiremos acessar outros mercados externos que não vacinam contra aftosa e olham com desconfiança quando veem que nós vacinamos, mesmo com a doença controlada”, explicou Plínio Lopes, auditor fiscal federal do Mapa.

 

Lopes tranquilizou os pecuaristas em relação ao recente foco de febre aftosa identificado na Colômbia, na região da fronteira com a Venezuela. “Esse caso ocorreu há mais de 600 km de distância da área da floresta Amazônica. As chances dela chegar ao Brasil são bem remotas, mas, mesmo assim, aumentamos as nossas fiscalizações de fronteira”, concluiu Lopes.

O PNEFA dividiu o país em cinco blocos de acordo com o seu atual status sanitário e interesses econômicos. A área 1, formada por Acre e Rondônia, será a primeira a deixar de vacinar contra febre aftosa, no primeiro semestre de 2019. A última área a deixar de imunizar é a 5, que engloba o Rio Grande do Sul e Santa Catarina (SC já é considerada área livre sem vacinação), no segundo semestre de 2021. A meta do Mapa é ter todo o território livre de aftosa sem vacinação em 2023.

Fonte: Portal DBO
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