03 dez de 2019
Brasil – Agropecuária – O que esperar de 2020 no mercado mundial de lácteos?

Demanda aquecida mantém mercado firme, mas sem grandes incrementos

Para 2019, o incremento na oferta deverá ser menor que a média, a expectativa é que a queda seja de 1,7% em relação a 2018, totalizando 616,62 bilhões de litros. Veja a figura 1.

A produção vem crescendo nos principais países produtores, porém, o ritmo tem diminuído na Índia, Estados Unidos, Rússia, Nova Zelândia e Argentina entre outros. No Brasil, por exemplo, utilizando os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu nos três últimos anos (2016, 2017 e 2018).

Para 2019, porém, destacamos a retomada do crescimento da produção nacional. A melhoria da margem para o produtor no primeiro semestre deste ano, com a queda nos custos de produção, e o clima favorável comparativamente com o ano passado também pesaram no aumento da produção este ano. Lembrando que em 2018 tivemos a greve dos caminhoneiros que prejudicou a produção e a coleta do leite.

Leite em pó

A produção mundial de leite em pó (integral + desnatado) também vem crescendo, mas em um ritmo menor que a produção de leite fluído. A expectativa para 2019 é de incremento de 0,1% na produção mundial na comparação com 2018. Nos últimos anos a produção está praticamente estável, em um nível abaixo do registrado em 2015.

Demanda por lácteos

A demanda mundial vem aumentando de forma intensa. Analisando as importações de leite em pó (principal produto comercializado), a expectativa para 2019 é de um crescimento de 4,5% frente a 2018.

A China, principal compradora deverá reduzir as compras este ano. Estima-se que o volume importado de leite em
pó (desnatado e integral) será 9,2% maior que em 2018, o crescimento no ano anterior foi de 11,7%.
Lembrando que recentemente tivemos a habilitação de 24 laticínios brasileiros para exportar lácteos para os chineses, o que traz expectativas positivas para o setor em médio e longo prazos.

 

A demanda firme e crescente versus a produção praticamente estagnada fizeram os preços do leite em pó se sustentarem no  mercado internacional em 2019, mas a alta foi limitada pelo incremento na oferta de leite fluído nos principais produtores mundiais.

Até novembro, os preços dos produtos lácteos na plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência no mercado internacional, ficaram, em média, em US$3.317,00 por tonelada. Na comparação com igual período do ano passado, as cotações ficaram 1,5% maiores.

A cotação do leite em pó integral, na parcial até novembro, ficou 3,1% maior que em igual período do ano anterior.
Apesar do cenário, os preços estão bem abaixo dos verificados em 2013 e 2014, quando os patamares alcançaram
os US$5 mil por tonelada.

 

Para 2020, fica a expectativa de retomada do consumo interno, bem como a manutenção do apetite chinês, em especial pelo leite em pó. Do lado da oferta, o ritmo de crescimento da produção mundial não deverá fugir da média dos últimos anos, ou seja, a expectativa é de mercado ajustado em termos de fundamento.

A produção na Nova Zelândia, principal exportadora de lácteos, está crescente e mesmo assim vemos um cenário de
manutenção das cotações. Para o primeiro trimestre de 2020, quando a produção no país começa a diminuir, os preços tendem a ficar firmes.

Os contratos futuros de leite em pó mostram esse cenário de alta e depois a tendência de estabilidade, sendo esses os
patamares esperados para o próximo ano.

Fonte: Scot Consultoria

 

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