12 jan de 2018
Brasil – Cafeicultura – Maior produção 2018/19 pode pressionar as cotações em 2018

Clima favorável para o desenvolvimento da safra 2018/19 no Brasil e o ciclo bienal positivo das cafeiculturas deve resultar em um produto similar ou mesmo maior do que na temporada 2016/17. Nesse cenário, os preços domésticos e internacionais do café podem cair em 2018.

 

Quanto à safra 2017/18, apesar do menor abastecimento no Brasil, devido ao ciclo bienal negativo, broca de café e tela menor, a disponibilidade deve ser maior nos principais países produtores de arábica e robusta. De acordo com o USDA, a produção deve aumentar ligeiramente na Colômbia, totalizando 14,7 milhões de sacas de arábica. No Vietnã, o clima favoreceu a recuperação das culturas cafeeiras, o que deverá produzir 29,9 milhões de sacos robusta.

 

Por outro lado, os estoques globais devem ser menores, uma vez que o consumo pode continuar firme. Assim, no final da temporada 2017/18, os estoques são estimados em 29,26 milhões de sacas, de acordo com o USDA, 13,9% inferior ao da temporada 2016/17. Para o Brasil, os estoques no final da temporada são estimados em 2,56 milhões de sacas, 33,9% inferiores aos de 2016/17. Este cenário, por sua vez, pode limitar possíveis baixas de preços ao longo de 2018.

 

Em relação à temporada 2018/19 no Brasil, embora ainda não haja estimativas oficiais de produção, as primeiras especulações indicam que a safra deve ser boa e pode superar os 51,3 milhões de sacos apontados pela Conab para a temporada 2016/17. Apesar do ciclo bienal positivo, o volume de chuva tem sido grande desde outubro, permitindo a colonização de frangos e o início do preenchimento de grãos em algumas regiões.

 

Para arabica, apesar das preocupações iniciais com os eventos de floração, que foram prejudicados em setembro por clima mais seco, o retorno das chuvas em outubro favoreceu o desenvolvimento da cultura. Este cenário renovou as expectativas para uma boa produção em 2018/19 e incentivou os produtores a avançar com o manejo das culturas.

 

Quanto ao robusta, o clima favorável nos últimos meses de 2017, principalmente no Espírito Santo, permitiu que as colheitas de café, danificadas pela seca nos anos anteriores, se recuperassem. As chuvas em dezembro aumentaram os reservatórios de água, bem como a umidade do solo, proporcionando alívio aos produtores e garantindo a colonização dos frangos. Em Rondônia e na Bahia, a produção na safra 2018/19 deverá aumentar também. Nestes estados, os produtores não tiveram problemas com o clima e as colheitas estão no estágio de enchimento de feijão.

 

Por isso, a quantidade de chuvas em janeiro e fevereiro será crucial para o preenchimento de grãos de ambas as variedades. Em dezembro de 2017, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicou a formação do fenômeno de La Niña, que deverá durar até o final do primeiro trimestre de 2018. Apesar das possíveis conseqüências no Brasil, a OMM afirma que o fenômeno será fraco.

 

Fonte: CEPEA

 

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