04 out de 2017
Brasil – Clima – Chuvas devem voltar na 2ª quinzena de outubro em MT

Os produtores de Mato Grosso ainda terão que esperar mais de uma semana por novas chuvas, projeta Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia. “Para os próximos dias, a previsão é de retorno do calor e pouca chuva no Estado. Até o dia 10, só deve chover de forma intensa na região de Alta Floresta”, diz.

 

De acordo com boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio de soja no Estado estava atrasado até o dia 2, atingindo apenas 1,17% da área de 9,4 milhões de hectares estimada para a safra 2017/2018. No ciclo anterior, o plantio já alcançava 4,5% neste período. Segundo Oliveira, as últimas chuvas ajudaram a acelerar as instalações, mas o ritmo deve diminuir com o passar dessa semana. A previsão é de que outubro termine com precipitações abaixo da média histórica e calor acima do normal.

 

Segundo o meteorologista, para as áreas de Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis e Vale do Araguaia não há expectativa de chuvas essa semana. Do dia 11 ao 18 – provavelmente com mais força depois do dia 15 -, volta a chover em Mato Grosso, mas mesmo assim a notícia não é tão boa. “Os acumulados projetados para esse período não chegam a 10 mm na maior parte das áreas produtoras. É uma chuva bem diferente do visto nos últimos quatro, cinco dias. O volume é menor e mais irregular. Isso preocupa para o futuro, porque, embora a umidade do solo tenha aumentado e as chuvas ajudaram no plantio, percebe-se que as próximas precipitações não serão tão fortes assim”. Ele também ressalta que essas chuvas não permitirão que produtores plantem no pó. “Como serão irregulares, pode ser que não caiam na área ou com a intensidade que o agricultor precisa”.

 

A orientação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) é por precaução nesse momento. “Ainda não temos umidade suficiente no solo para plantar com segurança. É importante lembrar que, para uma safra de sucesso, o fato principal é a boa instalação das lavouras. Este é um momento de cautela”, afirma o presidente da entidade Endrigo Dalcin.

 

Luís Carlos Molion, PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin, reforça a necessidade de acompanhamento da umidade do solo. “Tivemos um período longo de chuvas na média ou abaixo da média, por cerca de oito anos. Por isso, o solo não tem umidade logo nas primeiras chuvas. Se o agricultor optar pelo plantio, as sementes até germinam, mas se não houver chuvas na sequência, haverá problemas”, explica.

Mato Grosso deve plantar 9,4 milhões de hectares de soja na safra 2017/2018, segundo dados do Imea. A produtividade deve ser 54,12 sacas por hectare, um pouco abaixo da safra anterior, que foi de 55,3 sacas por hectare. Já a produção está estimada em 30,5 milhões de toneladas, queda de 2,08% ante 2016/2017.

 

Paraná – No Paraná, segundo maior produtor de soja do país, a situação é bem diversa da prevista para Mato Grosso. “O Paraná está em situação diferente, a chuva que veio semana passada representa a regularização das precipitações. A partir de agora, o Estado não deve ter problemas associados à falta de chuvas que possam atrasar ou paralisar as atividades de plantio”, conta Oliveira. Como o plantio no Estado estava liberado desde 11 de setembro por causa do adiantamento do vazio sanitário, o receio era de que a falta de chuva concentraria as atividades de plantio e ainda atrasaria a safrinha do ano que vem. Mas com o bom volume de chuvas dos últimos dias, o plantio avançou 14 pontos, alcançando, nesta semana, 16% da área programada, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) do Estado.

 

De acordo com o meteorologista, as chuvas voltam a cair no Paraná a partir da próxima sexta-feira, 6. Para o centro-oeste e sul do Estado, a projeção é de 30 a 70 mm. Já áreas do extremo e sudoeste podem receber até 100 mm. “É uma chuva que mantém a umidade do solo e garante manutenção do plantio em todo o Estado”.

O Deral estima uma área de 5,5 milhões de hectares com soja no Paraná na safra 2017/2018 e uma produção entre 18,4 e 20,6 milhões de toneladas.

 

Fonte: Portal DBO
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