05 ago de 2016
Brasil – Notícias do Comercio – Comércio do Brasil com Rússia, Panamá e Kuwait pode crescer, garantem diplomatas

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quinta-feira (4), por unanimidade, as mensagens do Executivo indicando embaixadores do Brasil na Rússia, no Panamá e no Kuwait. As indicações dos diplomatas Antonio Luís Espínola Salgado (Rússia), Flavio Helmold Macieira (Panamá) e Norton de Andrade Rapesta (Kuwait acumulado com Bahrein) serão votadas agora pelo Plenário.

Em relação à Rússia, o diplomata Antonio Salgado garante que duas mega-empresas daquele país no setor de energia, a Gazprom e a Rosneft, têm interesse em aumentarem seus investimentos em nosso país. Especificamente a Rosneft já investiu valores superiores a R$ 1 bilhão aqui, tendo 21 licenças de exploração de hidrocarbonetos na bacia do Solimões.

Outra área tradicional na Rússia e com tradição de excelência, o setor ferroviário, também atrai a empresa RZB a realizar parcerias com empresas brasileiras por meio do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), uma das primeiras iniciativas do governo interino de Michel Temer buscando a retomada nos investimentos de infraestrutura.

Outra área de grande importância para o intercâmbio bilateral entre as duas nações se dá na cooperação de defesa, segundo o diplomata. Salgado revelou que o Brasil tem interesse na cooperação técnico-militar com base na transferência de tecnologias. Além disso, nosso país adquiriu recentemente 12 helicópteros russos, negociando neste momento a compra de um moderno sistema antiaéreo.

Salgado fez questão de ressaltar durante a sabatina que o Brasil é tradicionalmente superavitário na balança comercial com o país eslavo, com as trocas chegando a US$ 6,76 bilhões em 2014, tendo caído para US$ 4,6 bilhões em 2015.

— Diminuíram nossas exportações de carne para Rússia, as duas moedas nacionais se desvalorizaram e ambos estão em recessão — ressaltou.

A carne representa 65% das exportações brasileiras para a Rússia, seguida por soja, tabaco, açúcar e café.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) solicitou ao embaixador, caso sua aprovação seja confirmada em Plenário, para que ele reforce as negociações visando à concessão de tarifas preferenciais para a exportação de nossos produtos.

Panamá

O diplomata Flavio Macieira, indicado para chefiar a representação brasileira no Panamá, lembrou que o país vem passando por um consistente processo de crescimento econômico desde o ano 2000, quando pôde retomar o controle sobre o canal do Panamá. A nação trabalha com “ousados” planos quinquenais, segundo Macieira, dando prioridade ao incremento do setor energético.

— Uma das minhas prioridades será abrir espaço para empresas brasileiras participarem do esforço panamenho de superar seu déficit na área da energia — frisou.

Dentro dessa temática, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) criticou fortemente a “demonização” da atuação internacional exercida pelo BNDES no financiamento de projetos, no que teve a total concordância de Macieira. O senador pernambucano citou o papel central exercido por nações como os Estados Unidos e a Espanha na abertura de mercados externos para suas empresas, algo que o senador Helio José (PMDB-DF) também vê como um “foco para a atração de dividendos e geração de empregos dentro de nosso país”.

Kuwait

Em relação ao Kuwait, a senadora Katia Abreu considera importante trabalhar para que o país árabe derrube o embargo que ainda exerce em relação à carne brasileira. A senadora ressalta que o acordo “já está muito próximo”, seguindo o que fizeram outras nações da região como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes e o Bahrein. Ela também quer que os embaixadores brasileiros em todo o Oriente Médio atuem em conjunto, pois isso possibilitará a abertura de muitos mercados visando à exportação de nossos produtos.

O embaixador indicado Norton Rapesta pediu uma maior articulação no Parlamento brasileiro para que sejam ratificados cinco acordos já assinados entre Brasil e Kuwait. O presidente da CRE, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), lamentou que a aprovação de acordos como esses demorem tanto na Câmara dos Deputados, garantindo que dá a maior celeridade possível quando eles chegam ao Senado.

O diplomata lembrou o caráter cosmopolita do Kuwait e disse que a sociedade daquele país tem a melhor qualidade de vida em todo o Oriente Médio. As empresas do Kuwait, observou, possuem investimentos superiores a US$ 1 bilhão em nossa economia. Desde 2011, porém, a balança comercial é deficitária para o Brasil, devido ao aumento na importação de petróleo e à queda na exportação de carnes. No ano passado, o déficit chegou a US$ 200 milhões.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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