03 abr de 2015
Brasil – O uso repetido de alguns tipos de antibióticos pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, diz pesquisa com 1 milhão de pessoas

Os resultados de um novo estudo norte-americano sublinham a necessidade de reduzir o uso desnecessário de antibióticos.

O tipo 2 está fortemente ligado a fatores de estilo de vida, tais como o excesso de peso ou obesidade, levando uma vida sedentária e comendo uma dieta pouco saudável.Só no Reino Unido, mais de 3 milhões de pessoas são diagnosticadas com diabetes e 9 em cada 10 têm o tipo 2, que ocorre quando o corpo perde gradualmente a capacidade de processar o açúcar no sangue.

Os investigadores dos Departamentos de Gastroenterologia e Oncologia Médica da Universidade da Pensilvânia, foram os responsáveis pela pesquisa.

Eles olharam para o número de prescrições de antibióticos dadas a mais de 200.000 diabéticos no Reino Unido, pelo menos, um ano antes de serem diagnosticadas com a doença, e compararam com o número dado a 800.000 pacientes não diabéticos da mesma idade e sexo.

Eles descobriram que pacientes que receberam penicilinas, cefalosporinas, quinolonas e macrolídeos, pelos menos por duas vezes, tinham um maior risco associado com o diabetes tipo 2.

O risco aumenta com o número de vezes que os antibióticos foram prescritos, diz um relatório publicado do European Journal of Endocrinology.

Quem recebeu de 2 a 5 prescrições de penicilina, possuía 8% mais riscos. O risco subiu consideravelmente para aqueles que tomaram mais de 5 vezes o antibiótico, para 23%!

Os pacientes que tomaram quinolonas – usado para tratar infecções do trato respiratório e urinário, de 2 a 5 vezes, tiveram o risco de 15% de desenvolver diabetes tipo 2. Mas, os que tomaram mais de 5 vezes, o risco pulou para 37%.

O risco foi calculado após o ajuste de outros fatores como obesidade, tabagismo, doenças do coração e histórico de infecções.

O líder do estudo, Dr. Ben Boursi, disse: “Bactérias intestinais têm sido sugeridas por influenciar os mecanismos por trás da obesidade, resistência à insulina e diabetes, tanto em modelos animais como em humanos. Estudos anteriores demonstraram que os antibióticos podem alterar o ecossistema digestivo, e este seria um fator preocupante”.

O autor sênior, Dr. Yu-Xiao Yang, acrescentou: “Embora nosso estudo não mostre causa e efeito, pensamos que ao mudarmos os níveis e diversidade de bactérias do intestino, poderíamos explicar a ligação entre antibióticos e o risco de diabetes”.

Não houve aumento do risco associado ao uso de medicamentos antivirais ou medicamentos antifúngicos e o estudo encontrou poucas evidências de uma ligação entre o uso de antibióticos e o risco de diabetes tipo 1.

O Dr. Boursi disse que o excesso de prescrições médicas de antibióticos já é um problema em todo o planeta, pois as bactérias estão cada vez mais resistentes aos seus efeitos.

Nossas descobertas são importantes, não só para a compreensão de como o diabetes pode desenvolver, mas como um aviso para reduzir tratamentos com antibióticos desnecessários que podem fazer mais mal do que bem”,salientou.

A professora Jodi Lindsay, da área de Patogênese Microbial, da Universidade de Londres, disse: “Os doentes com diabetes tipo 2 têm um risco aumentado de desenvolvimento de infecções e, portanto, eles são mais propensos a receberem prescrições de antibióticos para tratar essas infecções”.

“No ano anterior ao diagnóstico de diabetes, os pacientes podem mostrar alguns sinais de doença e também podem ter um maior risco de infecção, e, portanto, receber mais antibióticos. Este é um estudo muito importante e útil, ligando diabetes com o consumo de antibióticos, mas, nesta fase, não sabemos quem é a galinha ou quem é o ovo”.

A ideia de que os antibióticos podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes pode ser importante para todos nós e mais pesquisas precisam ser feitas para entender a relação”, salientou.

 

 

Com informações do Jornal Ciência e Ioeste

 

 

 

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