28 dez de 2020
Brasil – Suinocultura – China revoluciona zonas rurais com tecnologia de ponta

Preocupados com a divisão urbano-rural da China, os líderes do país garantiram que mesmo as regiões mais remotas podem participar da economia da internet.

A segurança alimentar é crucial para a estabilidade política em qualquer país. Mas, no caso da China, com sua população de mais de 1 bilhão de pessoas, garantir o alimento a todos se torna um problema desafiador. O país precisa alimentar 22% da população global com apenas 10% das terras aráveis do mundo, o que coloca uma enorme pressão sobre os agricultores.

Os chineses, maiores consumidores e produtores mundiais de carne suína, são os únicos no mundo a manter uma reserva desse tipo de proteína, seja com porcos vivos ou carnes congeladas. A história de como o país aumentou a produção nos últimos anos para atender a sua demanda crescente, algumas vezes, é narrada como “o milagre da carne suína chinesa”.

Entretanto, por trás desse mistério, está uma revolução baseada em tecnologia que acontece nas zonas rurais do gigante asiático. Pequenas fazendas tradicionais estão sendo substituídas por vastas operações assistidas por inteligência artificial que parecem mais fábricas de smartphones do que bucólicos paraísos rurais.

O galinheiro com tecnologia blockchain

Parte dessa revolução é contada por Xiaowei Wang, um artista que também trabalha com programação, no livro Blockchain Chicken Farm and other stories of tech in China’s countryside (ou, em tradução livre, “O galinheiro blockchain e outras histórias sobre tecnologia no interior da China”).

O autor investiga o impacto da revolução tecnológica nas regiões mais remotas da China, como em uma granja de uma área remota habilitada para operar com base na tecnologia blockchain, que também dá título à obra por ser uma síntese dos desafios e das oportunidades que transformam o cenário econômico chinês.

Após uma série de sustos em relação à segurança alimentar, como os casos de peste suína africana, a tecnologia está ajudando a construir a confiança nas cadeias de abastecimento de alimentos. O blockchain permite o rastreamento da carne desde a produção nas granjas até a gôndola dos supermercados.

Muitas propriedades rurais chinesas utilizam pulseiras para rastrear os movimentos e a localização das galinhas, com dados imediatamente visíveis. As informações, inclusive a fotografia das aves, podem ser acessadas por meio do código QR após o abate.

Investimento pesado

Porém, os galinheiros com blockchain não são os únicos exemplos de como os chineses estão investindo pesado na revolução tecnológica para melhorar a produção agrícola. Grandes empresas estão investindo em todos os tipos de projetos voltados para áreas rurais do país, como a criação de suínos por meio de inteligência artificial.

Até mesmo empresas de jogos pela internet estão se aventurando na criação de porcos. Desde 2009, a NetEase mantém os animais em uma fazenda que usa a tecnologia para promover a quantidade precisa de exercícios e uma ração cuidadosamente preparada. Os porcos ouvem até uma trilha sonora relaxante para aliviar o estresse antes do abate e melhorar a qualidade da carne.

Fonte: The Guardian, Decrypt.

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