17 fev de 2021
Brasil – Suinocultura – Suinocultura: valores registrados demonstram que atual custo de produção é um dos mais altos

Mesmo com a melhora na remuneração ao suinocultor, o ano de 2020 foi marcado por elevações nos custos de produção. Ao longo dos 12 meses os suinocultores tiveram resultados positivos e negativos sendo registrados em relação ao preço pago pelo quilo do suíno vivo e ao custo de produção.
Conforme dados da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS e da Embrapa Suínos e Aves (Tabela 1 / Gráfico 1), nos meses de abril, maio e junho a renda foi negativada, ou seja, o suinocultor teve prejuízos com a produção e não teve margem de lucro.

Tabela compara custo de produção com a média paga pelo quilo do suíno vivo ao longo de 2020

O primeiro vice-presidente da ACSURS, Mauro Antonio Gobbi, explica que as baixas se deram por conta dos transtornos causados pela pandemia de Covid-19, que fechou frigoríficos e reduziu a demanda no mercado interno. “As medidas de isolamento acabaram fechando alguns frigoríficos e, com isso, houve a sobra de suínos nas granjas. Havia produção, mas faltava demanda”, justifica Gobbi.
Com os preços mais elevados do quilo do suíno vivo, o mês de julho começou a mostrar sinais de melhora para o suinocultor gaúcho. Apesar do custo de produção elevado, o produtor teve em média uma margem de lucro de 14% em cima da produção.
O mês de agosto foi marcado por novas altas e uma melhora no mercado de suínos. O valor médio pago pelo quilo do suíno no mês foi de R$ 6,64, já a média do custo de produção foi de R$ 5,11, o que representa uma margem de 23% para o suinocultor. Em setembro, as médias do preço pago pelo suíno continuaram aumentando, assim como os principais compostos do custo de produção. O valor médio do mês foi R$ 7,28, já o custo de produção foi de R$ 4,07. A margem de lucro neste período foi de 22%, ou seja, R$ 1,56 por quilo do suíno vivo.

No mês de outubro as médias seguiram positivas e o preço do quilo do suíno vivo teve novas elevações. A média registrada no mês foi de R$ 8,20, deste valor, o custo de produção representou cerca 79% do valor total, isto significa R$ 6,48 no quilo.
Em novembro altas foram registradas, mas a representação do custo de produção frente ao preço médio do quilo do suíno vivo recebido pelo produtor se manteve alta, já a margem de lucro do suinocultor ficou em 21%. A cotação média do mês foi R$ 8,58, já o custo de produção foi R$ 6,77.

O ano encerrou com o preço médio do quilo do suíno vivo a R$ 7,75 no Rio Grande do Sul. Já o custo de produção do mesmo período foi de R$ 6,31, representando mais de 81% da média do preço pago pelo quilo do suíno no Estado gaúcho. “É necessário destacar que em cima desse valor que o suinocultor ganha, ainda há uma média de 4% a 6% de gastos com o frete dos animais, mortalidade e a variação de produção”, complementa o primeiro vice-presidente da entidade.
O atual cenário é avaliado de forma positiva por Gobbi, porém, os altos custos de produção são considerados elevados, mesmo que o valor pago ao produtor esteja subindo semanalmente. O ano de 2020 foi um ano bom para remunerar o produtor, mas não podemos esquecer as elevações registradas nos custos de produção”, frisa.
A retomada dos abates após as medidas de prevenção à Covid-19 e os altos números de exportação da carne suína são alguns dos principais motivos que justificaram as altas dos preços do suíno ao longo do ano de 2020 no Rio Grande do Sul, além de, é claro, o custo de produção. “Hoje o custo de produção é considerado um dos mais altos, isso por causa do valor do Dólar elevado em comparação com o Real, que afeta todos os componentes da produção. O que também contribuiu para as elevações foi a seca na safra de soja do Rio Grande do Sul. Já a safra do milho foi positiva, mas os índices altos de exportações ocasionaram na escassez do produto no mercado interno”, esclarece Gobbi.

O presidente da ACSURS, Valdecir Luis Folador, complementa que, apesar da disparada nos custos de produção, o suinocultor ainda teve uma margem de lucro em sua produção. “Os custos com a compra dos insumos para a alimentação dos animais devem ceder. É importante que o suinocultor seja eficiente da porteira para dentro para, pelo menos, manter a margem de lucro que está tendo no momento”, finaliza Folador.

No gráfico, valores demonstram visualmente os valores do mercado, apresentados na tabela anterior

Recordes

Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo de 2020, o ano teve cotações nunca registradas antes. A pesquisa realizada semanalmente pela Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS apontou diversos recordes nas cotações gaúchas.
Os registros de recordes iniciaram em meados do mês de julho, quando pela primeira vez a cotação alcançou o valor médio de R$ 6,01.
Após quatro semanas, e já no mês de agosto, a pesquisa semanal apontou a média de R$ 7,01. A partir deste momento, os recordes começaram a ser registrados semanalmente, até que alcançaram a média de R$ 8,91 no mês de novembro. A preço é considerado o maior já registado nos últimos 21 anos.

Média do ano

Conforme dados disponibilizados pela Pesquisa Semanal, as médias do ano de 2020 foram de R$ 4,64 para o suíno integrado, R$ 6,04 para o independente, R$ R$ 55,19 a saca de 60kg de milho e de R$ 1.905,93 para a tonelada de soja.
Se comparado com o ano de 2019, os preços tiveram uma elevação de 27%, 25%, 33% e 34%, respectivamente. Ou seja, os custos tiveram um aumento maior do que a média do suíno integrado e do independente.

Custo de produção

A composição do custo de produção disponibilizado pela Embrapa Suínos e Aves é composta por informações dos custos da alimentação, mão de obra, depreciação, custo capital e outros.

Exportações 2021

O Rio Grande do Sul exportou 18.685.463 quilos de carne suína no primeiro mês de 2021, já o valor arrecadado foi de US$ 46.335.29. Se comparado com janeiro de 2021, os números tiveram um redução de 3,6% e 4,5% respectivamente.

No mesmo período, o Brasil exportou 62.014.209 quilos da proteína animal e arrecadou US$ 145.206.588. Em comparação com o ano anterior, houve uma redução de 8,4% e 11,1% respectivamente.

Fonte: ACSURS

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