08 jan de 2016
Brasil – Transito – Fôlego para o asfalto em Tocantins

Novos terminais de transbordo de cargas à beira da ferrovia Norte-Sul ampliam movimentação de grãos sobre os trilhos

POR CASSIANO RIBEIRO, DE PORTO NACIONAL (TO)

caminhos.da.safra-caminhao-piaui-terceiraetapa (Foto: Marcelo Curia)

A terceira etapa do Caminhos da Safra 2015 começa no estado caçula da federação: Tocantins. O roteiro original desta fase previa partida de Uruçuí, no Piauí, com destino ao porto de São Luis, no Maranhão. Mas decidimos começar a viagem um pouco mais ao centro do país, atraídos por novidades na ferrovia Norte-Sul.

A primeira parada da equipe foi em Porto Nacional, pequeno município que fica a cerca de 50 quilômetros da capital, Palmas, onde novas estações de transbordo de cargas estão sendo erguidas ao lado da estrada de ferro. Uma delas está em operação desde fevereiro deste ano e embarcou em quatro meses 171 mil toneladas de soja, colhidas dos campos de municípios do entorno. A previsão é que o terminal retire do asfalto e movimente sobre os trilhos 250 mil toneladas do grão por ano, conforme Osmar Gomes da Silva, supervisor de operações da Agrex no Tocantins, empresa que opera a estação.

Terminal-de-tocantins- (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

Os terminais aproximam o campo do porto, já que os caminhões precisam rodar curtas distâncias até descarregarem os produtos nos silos encostados na ferrovia. Além disso, dão maior competitividade à produção agrícola, além de movimentar a economia local, gerando empregos. Só a estação da Agrex abriu 16 novas vagas e um plano de ampliação está pronto para ser executado.

“O projeto prevê uma capacidade de armazenamento de 90 mil toneladas. Hoje temos um silo de 15 mil toneladas. Em cada trem carregamos 7.400 toneladas, o equivalente a carga de mais de 200 caminhões”, afirma Silva.

A poucos metros dali, trabalhadores batem estaca para construir um segundo terminal de embarque de grãos em Porto Nacional. A obra é da VLI, antigo braço logístico da Vale. A estrutura deve ficar pronta até a colheita da próxima safra.

caminhos-da-safra-armazem-esqueleto-tocantins (Foto: Marcelo Curia)

E mais ao Norte, no município de Palmeirante, a empresa está construindo mais uma estação, que terá um  armazém com a maior capacidade estática do Tocantins,  para 90 mil toneladas. A companhia já atua na região com um terminal, que vem ganhando escala com os embarques. O acesso as áreas de transbordo das cargas se dá pelo município de Colinas. O pátio de triagem dos caminhões fica a pouco mais de 30 quilômetros das estações de embarque. Um caminho recheado de crateras na pista, que exige dos veículos fazer um zigue-zague na estrada e em alguns trechos trafegar pela contramão. A responsabilidade pela manutenção do acesso é do governo do Tocantins.

O fluxo de caminhões carregados com grãos tem sido incrementado pelos veículos que tem a obra da VLI como destino. Mais de 350 homens trabalham na construção do novo terminal da empresa, que promete estar pronto em janeiro de 2016.

caminhos-da-safra-estrada-urucui (Foto: Marcelo Curia)

O investimento de R$ 135 milhões está a poucos metros da estação da VLI no mesmo município, que no ano passado tirou 814 mil toneladas dos caminhões para por nos trilhos da Norte-Sul, o equivalente a mais de 22.000 caminhões. “Com a nova estrutura, vamos triplicar a capacidade de recebimento e ganhar eficiência nos embarques”, afirma Eduardo Calleia, especialista em novos negócios e fomento da empesa.

Somente no corredor Norte, a VLI investe até 2017 R$ 1,4 bilhão na construção de terminais de transbordo, compra de vagões e locomotivas, pátios e oficinas de manutenção de locomotivas.

O destino dos trens que cortam o Tocantins é o mesmo da equipe do Caminhos da Safra: São Luis, no Maranhão. Ao todo, serão mais de 2 mil quilômetros a serem percorridos em nove dias. O roteiro inclui passagem pela região produtora de grãos ao Sul do Piauí.

 

Revista Globo Rural

 

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