A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) ponha fim às doações de empresas para campanhas eleitorais. Nesta quarta-feira, o STF reiniciou o julgamento da ação que pede que essas doações sejam declaradas inconstitucionais.
A senadora considera essas doações “uma verdadeira promiscuidade” entre coisa privada e pública e lembrou que o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, teria admitido em delação premiada que sua empresa fazia doações a políticos para abrir portas no Congresso e em órgãos públicos. Ele também teria dito que as doações eram bancadas com dinheiro de propinas.
Para Vanessa Grazziotin, é inaceitável que o Brasil continue tendo campanhas eleitorais milionárias, como a de deputado que sai por cerca de R$ 20 milhões.
— O que temos que fazer é mudar a estrutura. Eu, como candidata a vereadora, não tem problema nenhum: coloco um chinelo e vou para o meio da rua pedir voto. Mas não tenho como fazer isso no estado do Amazonas sendo candidata a deputada ou a senadora. Tenho que me deslocar e, por isso, precisamos de dinheiro de empresas. Agora, se for proibido, todos estaremos sob esta regra e o que acontecerá é que a campanha ficará mais barata. E é isso que nós precisamos fazer — disse a senadora.
Vanessa Grazziotin lembrou que a ação foi ajuizada em 2012 e que 6 dos 11 ministros já se manifestaram a favor. Nesta quarta, após passar mais de um ano nas mãos do ministro Gilmar Mendes, que havia pedido vista, a ação teve seu julgamento retomado com a leitura do voto do próprio ministro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)