13 abr de 2015
Ioeste – Brasil deve produzir menos algodão na safra 2015 – 2016

Preço mais baixo, incertezas na economia e alto custo de produção devem influenciar decisão de plantio do produtor brasileiro de algodão na próxima safra.
A produção brasileira de algodão deve cair na safra 2015/2016. A avaliação está em relatório de representantes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no território brasileiro. A área deve cair de um milhão para 950 mil hectares, “como resultado da queda dos preços globais e o aumento do custo de produção”.

Para os adidos americanos, “os desafios econômicos no Brasil e as taxas de juros mais altas” deverão influenciar a decisão dos produtores, que poderão plantar mais soja e milho na próxima temporada. O volume colhido de algodão no próximo ciclo deve ser 6% menor, caindo de 1,5 milhão para 1,425 milhão de toneladas.
“A decisão de plantar algodão está associada à situação de estoques na China. A incerteza do mercado é resultado de uma expectativa de que o alto volume de estoques chineses continue a pressionar os preços globais. Além disso, preço mais baixo do petróleo torna materiais sintéticos mais acessíveis”, acrescentam.
Para os representantes do USDA, outro fator importante é a situação do câmbio que “deve se manter acima de R$ 3 por dólar até o fim do ano”. Como o Brasil é bastante dependente de fertilizantes importados, quanto mais alta a cotação da moeda americana, maior o custo com os insumos necessários para a lavoura.
Exportações e consumo
O câmbio que pressiona custos é o mesmo que favorece as exportações de algodão brasileiro, lembram os adidos do USDA. Eles acreditam que as vendas externas devem passar de 762 mil para 783,7 mil toneladas na safra 2015/2016, um crescimento de 2,86%.
“A despeito dos preços globais mais baixos, a paridade de exportação continua favorável. Os preços futuros domésticos são sustentados pelas projeções de exportação maior”, diz o relatório.
Em compensação, o consumo interno deve chegar ao menor nível em 10 anos, também em torno de 783 mil toneladas, “como resultado de maior pressão inflacionária e da desaceleração da economia local”. Outro fator é uma preferência do consumidor brasileiro por produto importado, que afeta a indústria têxtil local, que enfrenta competição cada vez mais difícil, principalmente com países asiáticos.
“O declínio está associado a uma tendência global de uso de fibras sintéticas. Com o preço do petróleo em baixa, essas alternativas têm pecos mais competitivos”, acrescenta o documento.
Com informações da Abrapa e Ioeste
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