03 abr de 2018
Mundo – Agricultura – Agroindústrias querem importar milho dos Estados Unidos e Argentina

Com uma demanda cada vez maior e a previsão de redução na safra brasileira de milho, lideranças do agronegócio pensam em alternativas para o abastecimento do grão e a manutenção da competitividade das agroindústrias instaladas no Sul do País. A intenção das agroindústrias é buscar o grão diretamente do maior produtor mundial de milho: os Estados Unidos. Boa parte da carga viria direto para Santa Catarina – grande produtor de carnes e grande importador de milho. O assunto foi tratado por representantes do Governo do Estado, dos produtores rurais e da iniciativa privada durante reunião na FIESC.

 

Este ano, a previsão é de que Santa Catarina importe cerca de quatro milhões de toneladas de milho de outros Estados e do exterior para abastecer o setor produtivo de carnes. Com a redução da safra brasileira e a alta nos preços do insumo, uma das soluções apontadas pelos representantes das agroindústrias é a importação de milho proveniente dos Estados Unidos – principalmente em períodos de desabastecimento. Hoje, a compra do grão já é permitida, porém com restrições burocráticas que acabam dificultando a entrada do carregamento no Brasil. A proposta da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é de que essas condições sejam revistas pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

 

A entrada do grão importado deve influenciar nos preços da saca de milho no Estado, ainda mais com a queda nas exportações da safra brasileira de milho. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explicou que os preços do milho em outros países estão mais atrativos, diminuindo as compras internacionais da safra brasileira. Ou seja, aumenta a oferta de milho dentro do País e o preço volta a um equilíbrio.

 

“A cadeia produtiva de carnes brasileira está muito bem estruturada, mas possui um elo solto, que é o fornecimento de milho. Hoje, nós estamos numa gangorra onde um ano ganha a indústria de carnes e outro ano ganha o produtor de milho e precisamos de mecanismos para equilibrar o preço”, destaca o secretário Airton Spies.

Em Santa Catarina, as lavouras de milho encontram dois fortes concorrentes: a soja e o milho silagem (utilizado na alimentação de bovinos de leite). “A produção de milho varia muito em Santa Catarina por causa do clima, que interfere diretamente no andamento da safra, e das expectativas de preço. Para reduzir a volatilidade dos preços de milho é fundamental pensarmos na compra antecipada e em aumentar a capacidade de armazenagem do grão”, ressalta Spies.

 

Uma alternativa para Santa Catarina é investir em culturas alternativas para alimentação animal, como, por exemplo, o trigo e a cevada, muito utilizado para ração animal em outros países.

As lavouras catarinenses devem produzir 2,4 milhões de toneladas de milho em 2018 – 20,4% a menos do que na última safra. A área plantada para o milho grão será de 310 mil hectares.

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de SC

 

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