25 dez de 2016
Mundo – Agricultura – Ministro chinês anuncia volta da exportação de milho

O Ministro da Agricultura da China, Han Changfu, informou nessa semana que o país vai reduzir a área de milho e dar início às exportações do grão para tentar controlar o excedente de estoques. A informação foi divulgada pela agência Datagro, que destacou o interesse da China em diminuir 667 mil hectares da área que ainda deve ser semeada em 2017 e em dois anos chegar a uma redução de 2,7 milhões de hectares de milho. O blog já repercutia essa intenção da China exportar em setembro deste ano, veja: Como a exportação de milho da China afeta o Brasil 

A China é o segundo maior produtor de milho no mundo, no entanto não há expectativa de pressão nas cotações do milho do mercado internacional derivadas da maior presença chinesa no mercado global. A análise é do diretor de commodities da FCstone, Glauco Monte.

Se o discurso do ministro da China for confirmado e o país voltar a exportar o grão, como isso vai impactar o mercado de milho no Brasil?

A China é um grande consumidor e produtor e já faz muito tempo que ela não participa do mercado internacional. E não é um grande player no mercado internacional, são pequenos volumes que a China atua no mercado internacional. O que vem acontecendo na China, até por subsídios do governo, é que o preço do mercado interno está muito acima dos preços no mercado internacional e isso fez com que se formassem estoques enormes de mais de 100 milhões de toneladas. Isso vem sendo um problema para a China que resolveu trazer os preços para o patamar do mercado internacional, por isso a ideia é cortar a área e tentar exportar parte do volume estocado. Mas vale lembrar que esses volumes não são recordes. No entanto, em um cenário que temos produção recorde nos EUA e expectativa de grande produção no Brasil, essa notícia é algo adicional para dar uma segurada nos preços do mercado internacional. Lembrando que a China não é um grande player no mercado internacional.

Há argumentos de que os estoques da China são velhos e que por isso o impacto no mercado não seria expressivo, você concorda?

Pode ter sido, não sei qual é a qualidade que está esse produto. Realmente faz anos que a China vem formando esse estoque com compras do governo. Esse seria só mais um fato para o baixo impacto neste momento no mercado internacional. Não é algo que vai pressionar os preços. Eu reforço que não tem grandes impactos nesse momento, na minha opinião.

Quais a expectativas para preço de milho em 2017?

O milho no mercado nacional ficou um pouco assustado com as quedas desde o meio do ano até agora, aí o Brasil importou mais de 2 milhões de toneladas de milho e isso veio acalmando o mercado local. São esperadas safras melhores tanto para o milho verão quanto para a safrinha.  A safra de soja sendo plantada cedo e sem grandes problemas abre espaço para plantar bastante milho, se confirmado esse cenário os preços vão ser bem diferentes do que no final de 2015 e no ano de 2016. O produtor tem que ficar atento porque mudou o cenário onde havia escassez do produto e uma demanda desesperada.

Quais são os patamares de preço que você prevê?

Se olhar para a BM&F no contrato setembro está cotado em R$ 33 , claro que tem que ver a relação para cada região do país, já que a BM&F representa Campinas. Então, eu diria que a BM&F deveria trabalhar hoje na faixa de R$ 2 para baixo e até R$  1 para cima. Está numa faixa de preços até razoável e agora daqui para frente vai depender do mercado internacional e da safra. Fazia muito tempo que o mercado internacional estava trabalhando abaixo do mercado interno e já para a safrinha ele vem balizando um pouco o mercado interno.

 

Blog da Kelle

 

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