11 jul de 2015
Oeste – A publicidade do governo e a verdade dos números

No futebol, na economia e no jornalismo, os números trazem à realidade fatos que, muitas vezes, passam despercebidos até pelos olhares mais atentos. Alheios ao vai e vem das paixões, os números, desde que não sejam manipulados, traduzem com fidelidade absoluta o desempenho de um time em um campeonato ou de um governo em um determinado período, apenas para citar dois exemplos. E a frieza das estatísticas mostra que a administração do governador Rui Costa fracassou em seus primeiros seis meses, transformando-se em um governo de espuma, um verdadeiro faz de conta.

Os dados oficiais das contas públicas revelam a percepção que as pessoas sentem quando necessitam de atendimento ou uma simples marcação de consulta em um hospital público ou quando ficam trancadas em suas casas com medo de serem assaltadas em parques, dentro de um ônibus ou até mesmo caminhando pelas ruas: a prioridade do governo é gastar muito com publicidade para mascarar a realidade. A educação, a saúde e a segurança pública, apenas para citar as três áreas que mais afetam a população, foram deixadas de lado pelo governo.

Vamos aos números: de janeiro a junho, o Estado gastou R$ 38 milhões com propaganda e investiu apenas R$ 9 milhões em segurança pública. Em uma conta básica: o governo gastou 4,2 vezes mais para falar que está fazendo obras que ninguém vê em aeroportos ou estradas do que para reforçar o policiamento nas áreas mais perigosas e garantir a tranquilidade dos cidadãos. Na saúde, em seis meses, o governo gastou somente R$ 22 milhões, apenas 9% do orçamento anual destinado à pasta. A falta de prioridade também se reflete na educação: foram destinados apenas R$ 20,8 milhões para o setor, ou 10,6% do previsto até dezembro.

Ao mesmo tempo em que gasta (muito e mal) com propaganda, o governo esquece nas gavetas obras importantes para o desenvolvimento do Estado. No ano passado, o Estado contratou obras de construção, ampliação e reformas de diversas escolas, mas, por falta de prioridade, nada saiu do papel. O governador Rui Costa prometeu ampliar o Hospital Prado Valadares, em Jequié, reformar o Hospital Luiz Viana Filho, em Ilhéus, entregar a UPA de Barreiras e criar um novo Hospital Regional em Feira de Santana, mas nenhum prazo foi cumprido.

E tem mais: o governo anunciou investimentos de R$ 111 milhões para criar 38 unidades do Sistema de Segurança Pública, contemplando 32 municípios, e nenhuma foi entregue. Outra promessa, que seria para a Copa do ano passado, foi a construção do Centro Integrado de Gestão e Emergências e Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres naturais. Pois bem: já faz mais de um ano que o Brasil foi humilhado pela Alemanha e nada foi concluído.

O que se percebe claramente nestes primeiros seis meses é que o governo da continuidade repete os mesmos erros da gestão anterior, com obras paradas em todas as regiões e sem nenhum foco administrativo. E, pelo ritmo dos acontecimentos, nada faz a gente acreditar em mudanças.

Pablo Barrozo é deputado estadual pelo Democratas.

 

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