A ministra Kátia Abreu, da Agricultura, e o ministro federal de Alimentação e Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, alinharam nesta quinta-feira, 20, suas posições em relação ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que está em fase de negociação entre os blocos. A reunião dos dois ministros, que ocorreu na sede do Mapa, está no contexto da visita da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil.
Durante a reunião, a ministra afirmou que a Alemanha é um país “fundamental” na tomada de decisão sobre o acordo de livre comércio. Destacou que o governo brasileiro é “unânime” sobre a “importância e a força” que o país germânico dará à proposta. Schmidt, por sua vez, demonstrou ampla receptividade em estreitar as relações comerciais dos dois blocos.
Kátia Abreu prevê que, com a efetivação do tratado, as exportações do agronegócio brasileiro cresçam cerca de 20%.
– Mas ainda se mantivéssemos apenas o que exportamos hoje, o que não vai ocorrer, teríamos o enorme benefício de acabar com os impostos. Hoje, temos tarifas muito altas nas exportações, assinalou a ministra.
Schmidt disse que Mercosul e União Europeia devem estreitar suas relações comerciais e que a Alemanha pretende ser um parceiro “de igual para igual”. Ponderou que a competitividade entre determinados produtos é “natural”, mas destacou a importância de reduzir tarifas de exportações.
– Sabemos que comércio aberto significa competitividade. Concorrência é uma coisa que sempre vai existir, temos que achar uma maneira”, disse.
– Queremos ser parceiros de igual importância, de igual para igual, e o segredo é a desoneração de taxas aduaneiras e outras taxações, acrescentou o ministro alemão.
Acordo sanitário
A ministra pediu apoio do governo alemão ao acordo sanitário e fitossanitário apresentado pelo Mapa durante visita à sede da União Europeia, em maio. Pela proposta, Brasil e países membros do bloco europeu vão harmonizar normas de defesa agropecuária, conferindo maior agilidade aos trâmites comerciais.
Em setembro, os comissários europeus para Saúde e para Comércio virão ao Brasil para desenhar o acordo.
– Isso não vai influir em taxas. Continuaremos com as mesmas, mas significa que harmonizaremos procedimentos documentais para exportação e importações, explicou Kátia Abreu.
Schmidt apoiou o pleito brasileiro e disse que levará o assunto ao Ministério da Alimentação e Agricultura da Alemanha e a autoridades da União Europeia.
– É importante buscarmos a simplificação nas regras e na legislação para que todos saibam do que se trata, observou.
Ao reduzir a burocracia e harmonizar regras, o acordo sanitário poderá contribuir com o amplo tratado de livre comércio, disse Kátia Abreu.
– Podemos quem sabe partir para um prelisting”, acrescentou a ministra, apontando que carne, frutas, suco de laranja e café poderiam entrar em um eventual prelisting.
Kátia Abreu disse ainda ao ministro alemão que espera que a União Europeia reconheça os estados de Rondônia, Tocantins e o Distrito Federal como zonas livres de febre aftosa – reconhecimento obtido da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) há 12 anos.
– Esses estados fizeram um esforço imenso para erradicar a doença anos atrás e até hoje não foram reconhecidos, estando impedidos de exportar carne para o bloco.
Kátia Abreu e Christian Schmidt demonstraram empenho recíproco em dar prosseguimos a outras questões, como c ooperação em pesquisa por meio da Embrapa, parcerias em laboratórios de saúde animal e rotulagem.
(Fonte: Mapa)