14 jul de 2016
Oeste – Corrupção e politicagem x violência urbana

A bandidagem ultrapassou, ontem, em Barreiras, oeste da Bahia, todos os seus limites de ousadia, violência e descaso  da vida humana e às autoridades. Logo pela manhã, assaltantes de bancos fizeram uma mãe refém e de seu filho, homem-bomba na condição de ele ir ao seu trabalho, uma agência bancária, pegar o dinheiro do cofre e entregar para eles. Se o trabalhador desviasse desta sinistra missão, seria detonado por controle remoto e sua mãe morta. Uma colega sua agiu rápido ao notar o seu comportamento estranho e as polícias Militar e Civil da Bahia, com o apoio de militares lotados no Batalhão do Exército na cidade, agiram com muita competência para evitar o objetivo dos meliantes.

Paralelo a este fato, um rapaz foi fuzilado em um bairro da cidade, execução que se seguiu ceifando mais 4 vidas de uma mesma família. Possivelmente, guerra do tráfico de drogas que, há muito anos, tomou conta de Barreiras e que só no passado, conforme a Polícia e a mídia regional, registrou mais de 70 assassinatos de pessoas, geralmente adolescente e jovens, ligados ao tráfico e ao consumo de drogas.

O teatro da vida real que se encenou por bandidos ontem em Barreiras não é exclusividade desta cidade. Todos os dias, na maioria das cidades brasileiras, principalmente de grande e médio porte e em franco desenvolvimento em consequência de algum nicho econômico, como o agronegócio, a mineração e o turismo, cenas de violência se descortinam à luz do dia e das autoridades políticas e policiais, tal é a ousadia desses bandidos e a certeza que eles têm não só da impunidade mas, também, da falta de estrutura e preparo das forças de segurança brasileiras para combater o crime, a violência.

Tudo isto reflete a que rumo, nas últimas décadas, com agravamento nos últimos 10 anos – e não vai aqui um ataque gratuito aos governos do PT, isto é fato, ressalvando as honrosas exceções – a classe política eleita para representar os interesses coletivos nos parlamentos e governos municipais, estaduais e federais: um Estado onde o crime organizado em pequenas, médias e grandes corporações do mal sobrepõem a capacidade de Segurança Pública da União e de seus entes federados; onde a Justiça é lenta e muitas vezes corrupta ou a serviço de interesses pessoais e de grupos.

A chacina foi um desafio a ação dos poderes públicos. (Um ato feliz e de competência do poder público. (Fotos: Jornal Nova Fronteira - Barreiras-BA))
A chacina foi um desafio a ação dos poderes públicos. (Um ato feliz e de competência do poder público. (Fotos: Jornal Nova Fronteira – Barreiras-BA))

Neste período, investimentos em Educação, profissionalização, lazer, esporte, cultura, geração de empregos e rendas, programas sociais e estruturação da família de baixa renda, moradias dignas, construção de centros penitenciários estratégicos e de ocupação e ressocialização nas cinco regiões do país, com outros auxiliares nos estados (ao contrário, fizeram dos existentes filiais do inferno na terra, onde o os discípulos do Diabo atuam pervertendo ainda mais as mentes desequilibradas). Esta, a causa. A violência que impera em todo o Brasil e de difícil controle, o efeito.

Voltemos a Barreiras: há anos – não só na atual administração municipal -, tem se gastado muito dinheiro público com promoções políticas, pessoais e eleitoreiras, com vistas a eleição e/ou reeleição de certos atores da política local; festas e mais festas, no município e na região, são patrocinadas com recursos públicos municipais e, muitas vezes, com a contrapartida do Governo do Estado.

Enquanto ocorriam e ainda ocorrem o supra expostos, setores fundamentais da sociedade, como a Educação, a Saúde, a Segurança Pública, a geração de emprego e renda, a infraestrutura, entre outros, eram – e são – levados a toque de caixa. Mas acelerado, de forma teatral, gerando futuros problemas e mais gastos aos cofres públicos, às vésperas das eleições. Uma farsa aos olhos do Ministério Público, Legislativo e Tribunal de Contas.

Durante o dia foram aquelas ações de violência, que culminaram em cinco mortes. A noite, no Parque de Exposições Geraldo Rocha, um dos principais fornos (ou sumidouro) do dinheiro público, comemoraram – povo e autoridades -, com fogos, show, bebidas, hipocrisia, a onda de violência que assusta os cidadãos de bem.

Usam, naquele Parque, a agropecuária e o agronegócio indevidamente para maquiar os altos gastos neste curral eleitoral, aplaudido pela maioria da população menos esclarecida e aos olhos complacentes de mulheres e homens de bem, que se comportam como Pilatos: não concordam, porém cruzam os braços.

Pronto, perdi a ternura e falei.

 

Cerrado Editora

 

Nosso Parceiro:Santa Rita

77 9 9926-6484 / 77 9 9979-1856