Brasil – Agricultura – Corós em soja: Como monitorar e controlar?
Embora conhecidos por causarem maiores danos em culturas de inverno como o trigo, os corós também podem causar danos na cultura da soja. Os corós, são insetos subterrâneos que se caracterizam por, na fase larval, se alimentarem das raízes, de sementes e de tecidos basais do caule das plantas. Como principais consequências, tem-se a redução do estande de plantas na lavoura, impactando componentes de produtividade e a produtividade da cultura.
O período de predominância da fase larval dos corós varia de acordo com a espécies, porém, é comum que esse período coincida com as fases iniciais do desenvolvimento das culturas no campo.
Figura 1. Danos característicos de corós na cultura da soja.
Uma das principais espécies que acometem a cultura da soja é a Phyllophaga cuyabana, enquanto em cultura de inverno como o trigo, se destacam as espécies Phyllophaga triticophaga (coró-do-trigo) e Diloboderus abderus (Coró-das-pastagens).
Figura 2. Ciclo biológico de Phyllophaga cuyabana.
Embora na superfície os corós sejam mais observados na fase adulta, os corós se destacam como pragas de solo pelos danos ocasionados a planta durante a fase larva, onde é considerado uma praga de solo. Visando identificar as infestações da praga, em especial em áreas com histórico de ocorrência, deve-se realizar o monitoramento nos períodos entressafra das culturas agrícolas.
Para realizar o monitoramento é necessária a amostragem o solo da área de cultivo. A amostragem é realizada mediante caminhamento da área, definido pontos amostrais. Em cada ponto de amostragem, cave uma trincheira de 1 m de comprimento por 25 cm de largura e 25 cm de profundidade, peneirando todo o solo retirado para contar o número de corós por ponto de amostragem (Senar, 2019).
Figura 3. Amostragem de solo para a coleta de corós.
Entre as espécies mais comuns em soja (Phyllophaga cuyabana Plectris pexa e Liogenys spp), as larvas (corós) diferem no tamanho e pelo padrão de pêlos e espinhos do ráster (região ventral do último segmento abdominal) (Adams, 2021). O acompanhamento dos corós deve ser realizado ao longo de todo ano produtivo, não somente na véspera da semeadura, em especial em áreas cujos sintomas da ocorrência da praga são observados em safras anteriores.
Para a maioria dos corós, o nível de controle pré-definido é de 5 corós m-2. A nível de campo, a principal estratégia para o manejo dos corós consiste no tratamento de sementes com inseticidas adequados. Por se tratar de uma praga de solo, o controle por meio de pulverizações de inseticidas é um tanto quando deficitário, uma vez que há dificuldade em atingir o alvo, resultando em baixos índices de controle. Por outro lado, em algumas situações, estudos demonstram que a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura pode ser eficiente. Sobretudo, a medida mais usual é o tratamento de sementes com inseticidas.
Atualmente, 57 produtos apresentam registro junto ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para o controle do Phyllophaga cuyabana na cultura da soja, com predomínio (50) para uso no tratamento de sementes de soja, contemplando os grupos dos pirazois (fipronil); estrobilurinas; benzimidazois; neonicotinóides; antranilamidas; neonicotinóides e metilcarbamato de oxima.
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