Brasil – Agronegócio prepara posicionamento oficial para a COP30
O agronegócio brasileiro está preparando um posicionamento oficial do setor para a COP30. A iniciativa da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, juntamente com as entidades parceiras – Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), Grupo de Países Produtores do Sul (GPS), InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e Instituto Pensar Agropecuária (IPA) – visa reiterar o papel do agro como parte da solução para os desafios do clima e o protagonismo do Brasil.
O documento está sendo elaborado a partir das discussões que ocorreram nas mesas redondas promovidas durante o Fórum “Rumo à COP30: O Agronegócio e as Mudanças Climáticas”, realizado no dia 23 de abril, pela ABAG. Os participantes do evento responderam três perguntas norteadoras relacionadas à agenda de mitigação e adaptação, financiamento e mercado de carbono. São elas:
Como a agropecuária pode contribuir para agenda de adaptação e mitigação das mudanças climáticas?
De que forma podemos destravar o financiamento para o setor da agropecuária?
Como o agronegócio se relaciona com o mercado de carbono?
Para cada tema, foram definidos dois mentores, totalizando seis especialistas, que serão os responsáveis pela redação do documento. Para o primeiro assunto, estão a frente Carlos Cerri, diretor do CCarbon/USP e Renato Rodrigues, head of Agribusiness da TerraDot. Na questão do financiamento, os mentores são Marcelo Morandi, chefe de Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa e Rodrigo Lima, diretor geral da Agroicone. O assunto mercado de carbono está a cargo de Eduardo Bastos, diretor Executivo do IEAG e Natascha Trennepohl, sócia do Carbonn Nature.
Durante o evento, os mentores trouxeram explicações sobre cada pergunta para contribuir com as avaliações dos respondentes. Ao falar sobre adaptação, a ideia era pensar como o agro pode se adequar em um clima que está mudando a cada ano, enquanto, em mitigação, a proposta é trabalhar as ações de redução das emissões de gases de efeito estufa e a remoção. No aspecto financiamento, os participantes refletiram sobre como atrair investimentos, a partir de um bom projeto, cujas práticas adotadas podem mudar a realidade em termos de adaptação, mitigação, segurança alimentar, desenvolvimento econômico e justiça social. Em relação ao mercado de carbono, como o agro pode participar desse segmento e como se conectar aos aspectos internacionais.
“Estamos nos aproximando da COP30 e tudo o que conhecemos está em jogo, por isso é fundamental termos um posicionamento único e harmônico do agro brasileiro. O aquecimento global é o resultado de mais de uma centena de anos da atuação do homem sobre a natureza e seus impactos são sentidos com força pelo nosso setor. Por isso, buscamos elaborar esse documento, que poderá servir de base para atuação na COP30 quando se tratar de agronegócio, além de ser importante para que a Frente Parlamentar da Agropecuária possa ter embasamento para defender o que o agro julga ser essencial do ponto de vista de mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, trabalharemos para que nossa realidade seja incluída nos protocolos da COP30”, destaca Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG.