“Uvas do Brasil” no semiárido nordestino
Desde o final da década de 1970, a Embrapa coordena o programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil”, que desenvolve cultivares de uva para vinho, suco e mesa. O polo vitícola do Vale do Submédio São Francisco (VSF) está localizado na região semiárida do Nordeste brasileiro, o maior polo nacional de produção e exportação de uvas de mesa do Brasil. Segundo dados do Hortifruti Cepea, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), são cerca de 16 mil hectares dedicados ao cultivo de uvas finas e sem sementes. Em função do clima e do uso da irrigação, as uvas são produzidas ao longo de todo o ano com a utilização de irrigação, permitindo dois ciclos vegetativos e duas podas, com a colheita de uma ou mais safras por ano na mesma área.
O programa concentra a sua atuação no desenvolvimento de cultivares adaptadas às condições brasileiras, sem as restrições técnicas apresentadas pelas cultivares importadas, além de serem mais rentáveis por terem a cobrança de royalties atrelada às mudas e não à produção, como ocorre com as importadas.
Nesse panorama, segundo estimativas da Embrapa, destaca-se o protagonismo da cultivar BRS Vitória, uva preta sem sementes, que atualmente é cultivada em aproximadamente 4 mil hectares no Vale do São Francisco. Essa cultivar apresenta grande demanda no mercado, tanto nacional como internacional, por ser uma uva sem sementes com um leve sabor de framboesa.
Também se destacam, na região, outras cultivares desenvolvidas pela Embrapa, como a BRS Isis (foto à direita), uva vermelha sem sementes cultivada em 300 hectares; a BRS Núbia, uva preta com sementes que encanta pelo grande tamanho da baga, também com cerca de 300 hectares de cultivo; e a BRS Melodia, uva vermelha sem sementes, de sabor marcante de frutas vermelhas, cultivada em 150 hectares. Foto: Viviane Zanella
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