Brasil – Cafeicultura – Café despenca em NY com avanço da colheita no Brasil e queda no consumo interno
Preços do arábica atingem menor patamar em um mês, pressionados por safra brasileira, baixa no robusta em Londres e retração do mercado doméstico
– Da Redação, com Safras & Mercado
O café arábica encerrou esta quinta-feira (21) em forte queda na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), atingindo os menores níveis em mais de um mês. O contrato para julho/2025 caiu 2,6%, fechando a 360,75 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o setembro/2025 recuou 2,4%, para 358,65 centavos. O movimento reflete a combinação de fatores como o avanço da colheita no Brasil, a desvalorização do café robusta em Londres e a queda no consumo doméstico.
A evolução da safra brasileira, mesmo com estimativas de produção reduzida devido às condições climáticas adversas em 2024 e início de 2025, exerceu pressão baixista sobre as cotações. O ritmo acelerado da colheita nas principais regiões produtoras, aliado ao clima favorável, reforçou a expectativa de maior oferta no curto prazo.
Dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) revelaram uma retração de quase 16% nas vendas em abril, na comparação com o mesmo período de 2024. No acumulado do ano (janeiro a abril), a queda foi de 5,13%, para 4,7 milhões de sacas. O grão ficou 80% mais caro em 12 meses, segundo o IBGE, a maior alta em três décadas, o que desestimulou o consumo.
O mercado acompanhou ainda a desvalorização do café robusta na Bolsa de Londres, além da queda nos preços do petróleo, que influencia custos logísticos e o apetite por commodities. O contrato para julho/2025 em NY chegou a tocar 359,20 centavos por libra-peso, menor valor desde 14 de abril.
Analistas avaliam que os preços podem continuar sob pressão no curto prazo, com a sazonalidade da colheita brasileira e a demanda enfraquecida. No entanto, o tamanho real da safra – potencialmente menor devido aos danos climáticos – ainda pode trazer volatilidade ao mercado nos próximos meses. Enquanto isso, os investidores monitoram os efeitos da inflação sobre o consumo global e os movimentos das bolsas internacionais.