A empresa, que trouxe os primeiros animais do
Japão, em 1992, é uma das mais importantes na
área de melhoramento genético da raça no Brasil
Organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos das Raças Wagyu, a exposição foi realizada durante a 51ª Exposição Municipal Agropecuária e Industrial de Avaré (Emapa), que reuniu os principais criadores no País, de diferentes localidades. Segundo o veterinário e gerente da Fazenda Yakult, Rogério Satoru Uenishi, as premiações são de extrema importância, pois demonstram que a empresa tem base genética sólida e realiza trabalhos de melhoramento genético constante.
A Yakult foi a responsável por trazer a raça pura japonesa ao Brasil, em 1992, e está entre as maiores produtoras do País. Na fazenda localizada em Bragança Paulista, com mais de 200 hectares, a empresa mantém um plantel com 600 cabeças. Além de ser produtora, a Yakult desenvolve um intenso trabalho de melhoramento genético da raça, com resultados excelentes. No Brasil, atualmente, o plantel é de 7 mil animais.
Segundo o veterinário, a Yakult tem um rebanho de matrizes e reprodutores altamente selecionados para as características de marmoreio e maciez. O rebanho é composto das melhores linhagens disponíveis fora do Japão e prioriza a seleção e produção de animais de alto valor genético, com base em acasalamentos dirigidos. “Iniciamos o trabalho de venda da carne em 2010 e estamos com estábulos de confinamento com capacidade de abater 10 animais mensais”, acentua.
Os criadores da raça Wagyu mantêm um cuidado especial com a alimentação dos animais, desde o momento em que a vaca está prenhe e que segue com os bezerros, suprindo com ração e feno ainda no aleitamento e utilizando método de ‘mamada controlada’. Após o desmame, os animais são separados em lotes de 10 a 15 cabeças e continuam a receber alimentação em maior quantidade no cocho, tendo como objetivo ganho de peso diário de 1,0kg. Os animais são abatidos com cerca de 30 meses, com peso vivo variando de 700kg a 900kg.
A principal diferença da carne do Wagyu é o alto teor de marmoreio, o que confere maciez, suculência, aroma e sabor exclusivos. Essa ‘marmorização’ tem influência genética e sistema diferenciado de manejo e alimentação. O grau de marmoreio vai até 12 na escala japonesa, mas, no Brasil, o grau máximo está em torno de 10. “O marmoreio 5 a 6 já é excelente, não sendo possível ser alcançado por outras raças. Conseguir um marmoreio 12 é uma tarefa bastante difícil, um desafio para todos os produtores de Wagyu no Brasil”, detalha Rogério Satoru Uenish.
O preço da carne de Wagyu é perto do dobro comparado aos animais tradicionais, embora as partes mais valorizadas, como picanha, contrafilé e filé mignon, possam ultrapassar os R$ 500,00/kg desde que apresentem elevado grau de marmoreio. Cada parte do boi é utilizada para diversas finalidades, e até mesmo as partes menos valorizadas, como músculo, pescoço e retalho, são bem apreciadas sob forma de hambúrguer, almôndega e outras.