21 jan de 2022
Bahia – Cacauicultura – Especialistas discutem o cultivo de cacau em áreas não tradicionais na Bahia

A aposta de pesquisadores e produtores em introduzir o cultivo do cacau em áreas não tradicionais como o cerrado e semiárido está resultando em projetos inovadores, com a produção de mudas que carregam o DNA da fruticultura tropical brasileira. Para socializar as experiências nesta nova cultura e, também, buscar o fortalecimento da cadeia produtiva na região Oeste, durante dois dias, produtores, pesquisadores e investidores estão reunidos em Barreiras, no evento Cacauicultura 4.0, aberto nesta quinta-feira (20).

Para o diretor-científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), Cristiano Vilella Dias, o Matopiba (Fronteira agrícola nas áreas do Cerrado entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e  Bahia) é uma região estratégica para o desenvolvimento da cultura, com o uso de tecnologias aliadas à responsabilidade social e sustentabilidade. “Este evento busca promover a articulação entre os principais atores envolvidos na atividade, o histórico do cacau brasileiro não é considerado dos melhores, agora, vamos trabalhar juntos para reverter esta realidade e colocar o Brasil no mapa dos países produtores de cacau de qualidade”, destacou.

O vice-prefeito Emerson Cardoso, que participou do evento acompanhado do secretário de Agricultura e Tecnologia, José Marques, reforçou que o Oeste é resultado de investimentos em produção e tecnologia associados ao empenho dos produtores que apostaram, porém é fundamental a união de todos para que projetos como o da cacauicultura alcancem êxito e se fortaleçam. “Esta cultura é uma nova janela que se abre para a região e, certamente, terá o apoio do poder público. Porém é importante reforçar que precisamos de uma macroestrutura para o escoamento da produção regional, assim como a ampliação no aeroporto de Barreiras, estas demandas serão exitosas com a união do poder público e produtores”, disse.

A diversificação de culturas no Oeste da Bahia foi lembrada tanto pelo presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras, Davi Schimidt, quanto pelo diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Oziel Oliveira. Ambos ressaltaram que a produção do cacau pode ser comparada a introdução da soja, na década de 70, uma experiência que pode estar sendo repetida agora. “Acreditamos que o Oeste produzirá um cacau de alta qualidade e com tecnologia certificada para atender a exigente demanda dos mercados nacional e internacional. A cultura pode ser a soja dos próximos 20 ou 30 anos”, disse Schimidt.

O evento tem o apoio do Sistema Faeb/Senar. A programação é composta por palestras técnicas, casos de sucesso e visitas de campo. O objetivo é discutir os desafios da nova cadeia e promover a união e a visão estratégica de futuro da cacauicultura, gerando desenvolvimento e sustentabilidade para o cacau brasileiro.

O presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, participou virtualmente do encontro e falou sobra a importância sócio-econômica do cacau para o Estado. “Antes, quando se falava em cacau, logo se pensava no Sul da Bahia, que até ganhou nome de região cacaueira. Agora, o Oeste reafirma a sua vocação agrícola e, pra além dos grãos e do algodão, inova com o cacau. Eu não tenho dúvida de que terá tanto êxito quanto nas demais culturas, já que a tecnologia é a grande aliada dos agricultores desta região”, disse, ressaltando que o Senar Bahia presta Assistência Técnica e Gerencial a aproximadamente 1500 produtores na região sul e já disponibilizou ATEG para os agricultores que iniciarem a atividade na região Oeste da Bahia.

Fonte: Dircom Barreiras/Ascom Faeb/Senar

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