15 jul de 2016
Barreiras – Sobre os asfaltos eleitoreiros (Itapuan Cunha)

Em Barreiras, hoje, questiona-se muito o asfalto, que está sendo feito pelas ruas da cidade, como aplicá-lo, sua qualidade, vida útil, tudo em função do serviço que está sendo executado por nossa Prefeitura, que tem uma meta de asfaltar pelo menos duzentas ruas, de diversos bairros, até a próxima eleição. 

O mesmo expediente foi utilizado pela ex-prefeita Jusmarí, no final do seu mandato, nas mesmas condições, com a matéria prima doada pelo governo estadual, antes Wagner, agora Rui Costa. Desnecessário dizer que o asfalto da era Jusmarí foi um fiasco sem precedentes. Vi-a, muitas vezes, orientando o trabalho dos que foram contratados. Sua orientação, certamente, foi inútil, está provado!

Pela exiguidade de tempo, há de se convir, os especialistas garantem ser impossível uma façanha de tal porte, já que o espaço de tempo da empreitada (até a eleição), compromete a qualidade do produto final.

Tivemos a curiosidade de observar o que vem sendo feito e notamos que apenas uma boa chuva poderá desmoronar o sonho das pessoas hoje “beneficiadas”, tal a precariedade advinda do incorreto preparo do solo.

Conversei com um cidadão que durante mais de vinte de anos esteve à frente de trabalhos de asfaltamento, o sargento Nivaldo Marinho, que em longos trinta anos de sua vida foi abnegado servidor do 4º BEC, antes no Ceará e depois nesta cidade, por ser um dos pioneiros na chegada daquele Batalhão, marco do progresso de Barreiras.

Disse-me que para fazer-se um asfalto de qualidade, necessário se faz que tenhamos paciência, senão vejamos:

– Preparar o terreno;

– Qualificar o terreno, misturando com cimento e molhar toda área;

– Planar e compactar o terreno;

– Mexer a  terra com pó de brita (para solidificar);

 – Passar o rolo compressor;

– Betumar o terreno com piche;

– Jogar o asfalto e espalhar (imprimação);

–  Passar o rolo para nivelar o asfalto;

– Aplicar o asfalto, (de 4 a 7 centímetros) de espessura;

– Fazer a sinalização horizontal.

 

O sargento Marinho falou, ainda, que a água é a vilã de toda e qualquer pavimentação asfáltica, ou seja, a base não pode apresentar qualquer falha. Se ocorrer, ela (a água) penetra e provoca fissuras, que mais tarde provocarão as chamadas “panelas”, que se multiplicam com facilidade.

Esperamos que o asfaltamento dê nova feição às nossas ruas, mas desde já teremos de compreender que sua duração não será a que todos aspiram, pelos problemas acima relatados, pois causa fator que influirá negativamente, advindo do péssimo serviço executado pela Embasa, destruindo o leito de muitas ruas o que exige maior atenção na hora de se fazer nova compactação do solo.  

 O estado de penúria do leito asfáltico das nossas ruas é latente. Apesar de tudo, louvamos a iniciativa do atual gestor, mesmo discordando os aspectos técnicos do empreendimento. Melhor seria, creio, fosse reduzido o número de ruas “beneficiadas”, para que houvesse uma hipotética melhora de qualidade, pois sabemos que se trata de uma tarefa cara, com custo de execução também caro.

 

Itapuan Cunha

Editor 

 

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