Já estão sendo sentidos na região sudoeste os reflexos positivos da Portaria n°229 de 1° de junho de 2016, da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), que suspendeu o vazio sanitário do algodão – período de ausência de plantas vivas do algodoeiro “soqueira e tigueras” no campo – por dois anos, mediante atendimento de exigências preestabelecidas. Em comparação com a safra 2015/2016, com 8.276 mil hectares de área plantada, a perspectiva é que a safra 2016/2017 tenha área expandida em cerca de 21,1%. “O nosso objetivo foi oferecer aos produtores da região novo fôlego para a retomada da produção de algodão”, ponderou o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim.
Segundo o diretor executivo da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), Lidervan Mota Moraes, a estimativa é que o plantio, que teve início na segunda quinzena de outubro de 2016, com áreas ainda sendo semeadas, alcance 10.025 mil ha cultivadas. A portaria abrange os municípios do Território de Identidade Sertão Produtivo, e, do Território Velho Chico, as regiões de Bom Jesus da Lapa; Igaporã; Malhada; Matina e Riacho de Santana, que adquiriram novo fôlego para retomar a produção de algodão.
“A produção de algodão crescia na região, porém diante da intensa escassez de chuvas, há pelo menos três anos, registrou-se queda de 30 mil arrobas para 12 mil, e, na última safra, oito mil arrobas, migrando de 250 mil hectares plantados, na década de 80, auge da cotonicultura (produção de algodão) no sudoeste, para pouco mais de 8 mil ha. A produção de algodão, por conta das condições climáticas da região, é a principal atividade viável e com potencial de crescimento, podendo se tornar um vetor de desenvolvimento como já acontece no oeste, de forma sustentável, sem colocar em risco a sanidade vegetal do Estado”, destacou o secretário.
A portaria faz uma adequação à normativa federal, que estabelece o vazio sanitário para a cultura do algodão no Estado da Bahia, no período de 20 de setembro a 20 de novembro de cada ano, como já acontece em outros estados, a exemplo de Minas Gerais, que exclui da obrigatoriedade as propriedades produtoras de algodão localizadas abaixo de 600 metros de altitude nas regiões Noroeste e Norte de Minas. “O Estado de Minas faz fronteira com a região baiana e possui condições de clima e solo semelhantes. O sudoeste não deve efetuar o plantio do algodão da mesma forma que o oeste, diante da distinção climática e nível pluviométrico entre as regiões”, relatou Bonfim.
As propriedades são monitoradas pela ABAPA e fiscalizadas pela ADAB. No período de dois anos de suspensão do vazio, através do monitoramento e análise dos riscos, com o suporte dos institutos de pesquisa, estão sendo mensurados os resultados e impactos da mudança, como forma de prevenção contra doenças e pregas nas lavouras, a exemplo do Bicudo (Anthonomusgrandis), besouro considerado a principal praga do algodoeiro. A ADAB faz a inspeção das propriedades, e, diante do não cumprimento das exigências sanitárias estabelecidas, o produtor é multado.
Fonte: Ascom Seagri