08 abr de 2019
Brasil – Agricultura – Agricultores retardam compra de insumos para próxima safra de soja em Mato Grosso

Falta pouco mais de cinco meses para o início de mais uma safra de soja e muita gente que vai plantar o grão em Mato Grosso ainda não comprou os insumos necessários para o ciclo. É o caso do agricultor Rodrigo Martins, de São Pedro da Cipa, região sul do estado. Diferente do que fez no ano passado, quando chegou ao mês de abril com todas a sementes, fertilizantes e agroquímicos já adquiridos, desta vez o produtor ainda não deu início à compra dos insumos. “Por enquanto estamos com as negociações todas paradas, estamos esperando o mercado pra ver como vai reagir”, comenta. Entre os motivos deste pé no freio “há um pouco de insegurança, houve mudança de governo e o dólar está oscilando bastante”, explica Rodrigo.

No norte do estado a situação é semelhante, segundo Ilson Redivo, que é presidente do Sindicato Rural de Sinop, “a elevação dos custos de produção tem tirado o sono do produtor”. Redivo reforça que a falta de logística da região agrava o problema e impacta diretamente nas despesas da safra. “Na safra anterior se fazia um pacote completo na base de 23 – 25 sacas por hectare. Hoje, subiu para 30 – 33 sacas. Isso tira a lucratividade do produtor”, alerta. Com as contas elevadas e um sentimento de apreensão, “muitos estão aguardando melhores condições de troca, porque fechar nestes patamares de preço põe em risco a lucratividade da próxima safra”, conclui.

O último levantamento de custos de produção feito pelo Imea confirma o aumento das despesas para cultivar a próxima safra de soja. Para plantar um hectare do grão em Mato Grosso, o agricultor deve gastar em média R$ 2.283,18 com a aquisição de sementes, fertilizantes, agroquímicos e mão de obra. O valor é 15% mais caro na comparação com o cálculo feito nesta mesma época do ano passado (R$ 1.974,47/ha) e 10% superior ao valor médio que foi realmente desembolsado para custear a safra 2018/19 (R$ 2.076,29/ha). Entre os “campeões de reajuste” estão as sementes (+10%), fungicidas (+21%), herbicidas (+24%) e macronutrientes (+29%), impulsionados – principalmente – pela oscilação cambial (alta de 14% em um ano) e o encarecimento do transporte.

 

Fonte: Canal Rural

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