Segundo o CESB este recorde pode ser superado sim e melhor, pode ser reproduzido em áreas muito maiores elevando consigo a renda do produtor

Daniel Popov, de São Paulo
Com o desafio de instigar as melhores práticas no campo para obter não só produtividades muito acima da média, mas também margens de lucro melhores, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), convoca os produtores de todo o país para a 9ª edição do Desafio de Máxima Produtividade da Soja. As inscrições podem ser realizadas até o dia 15 de janeiro de 2017. Nesta safra, a expectativa é grande para que algum produtor consiga superar a marca de 142 sacas de soja por hectare, volume recorde registrado no país.

Pode parecer inviável, coisa de outro mundo, só possível em áreas de teste, mas o produtor paranaense, de Ponta Grossa, Alisson Hilgenberg conseguiu. Ele produziu exatas 141,8 sacas de soja por hectare, em uma área de 5 hectares na safra 2014/2015. Mas, se acha a tarefa é fácil devido ao tamanho do terreno usado, o que acha de 109 sc/ha em uma área de 200 hectares, ou 90 sc/ha em um campo de 900 hectares? Estes foram os outros resultados obtidos pelo mesmo sojicultor, no mesmo ano e na mesma fazenda.

Segundo o presidente do CESB, Nery Ribas, esta marca já era para ter sido quebrada na temporada 2015/2016, mas o clima atrapalhou muito a safra do país inteiro. “Pelo que temos observado o desenvolvimento desta safra está indo bem. É claro que o clima é um fator importante e pode mudar tudo, mas do jeito que está acredito que este ano batemos este recorde”, afirma Ribas. “Mas, é bom lembrar que nossa meta não é bater recordes e sim elevar cada vez mais a produtividade brasileira da soja.”

O próprio Hilgenberg, produtor que detém o recorde, disse na época que não estava participando do desafio para ganhar o concurso, notoriedade ou qualquer outro prêmio. “Não estou aqui para ganhar concurso, mas sim para ganhar dinheiro”, disse na época. A frase citada por Ribas para mostrar a postura a ser seguida por outros produtores. “Convidamos todos os produtores do país a participarem conosco. Queremos mostrar como é possível transformar o aumento da produtividade em sinônimo para o aumento de rentabilidade”, garante Ribas.

Na primeira edição o Desafio de Máxima Produtividade da Soja contou com 180 produtores inscritos e a produtividade máxima foi de 82 sacas por hectare. No ano passado, na oitava edição o número de participantes saltou para 4,4 mil agricultores, com a produtividade máxima de 120 sacas por hectare. O detalhe da temporada 2015/2016 é que a grande maioria dos produtores obteve produtividade acima de 100 sacas por hectare, demonstrando o avanço relatado por Ribas.

Para tornar as inscrições do Desafio mais fáceis e dinâmicas, o CESB lançou neste ano uma nova plataforma online, para que os próprios agricultores, acompanhados de seus consultores, possam inscrever suas respectivas áreas. No site também é possível verificar os cases vencedores, com detalhes das técnicas adotadas e os resultados econômicos das áreas, além do regulamento, disponível em www.cesbrasil.org.br.

Algumas dicas para inscrição

1 – As categorias do desafio são: Área irrigada e Área não irrigada;

2 – O participante poderá se inscrever entre 3 de outubro de 2016 e 15 de janeiro de 2017;

3 – A Área a ser inscrita no Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja deverá ter no mí¬nimo cinco hectares e no máximo dez hectares, dentro de um único talhão contínuo, cultivados com a mesma variedade e usando o mesmo sistema de produção para toda a área inscrita.

4 – O participante só será considerado inscrito após pagar a taxa de inscrição de cada área, no valor de R$ 100,00 por área;

5 – Após a instalação da área, o participante deverá fornecer obrigatoriamente seus registros de práticas de cultivo e manejo, entre outras informações solicitadas nos formulários disponíveis no site;

Veja aqui o regulamento completo

Ribas ressalta, no entanto, que não é para o produtor fazer loucura e aplicar um monte de coisas para tentar ampliar a qualquer custo a sua produtividade. A ideia do desafio é testar, melhorar e ampliar suas produtividades com custos que valham a pena reproduzir em toda a propriedade. “Não adianta produzir 100 sacas e gastar 90 para isso. A ideia do desafio é produzir o máximo que puder, gastando menos. Por isso, há seis safras, estamos fazendo este levantamento de rentabilidade também”, diz o executivo.

O CESB é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da sojicultura brasileira. O CESB é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, conforme decisão proferida pelo Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 04 de dezembro de 2009.

Atualmente, o CESB é composto por 19 Membros e 17 entidades patrocinadoras: Syngenta, BASF, Bayer, Jacto, Mosaic, TMG, Stoller, Monsanto, Sementes Adriana, Agrichem, UPL do Brasil, Aprosoja MT, Produquímica, Instituto Phytus, DuPont, Timac Agro e Plant Defender.

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