“A correção da acidez de solo, por ser um investimento de baixo custo, empregando insumo abundante e totalmente nacional, não tem tido nas últimas décadas a devida atenção dos governantes”. Com essa frase, a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal) reivindicou ao governo federal atenção especial quanto à calagem dos solos.
No dia 24 de maio, o calendário oficial marca o Dia Nacional do Calcário Agrícola. Hoje o Brasil utiliza anualmente 31 milhões de toneladas de calcário, um dos corretivos utilizados na produção agrícola. “Poderíamos pelo menos dobrar esse consumo caso o governo adotasse uma atenção especial à prática da calagem”, avalia Oscar Alberto Raabe, presidente da Abracal.
O processo da calagem favorece o desenvolvimento das raízes e facilita a utilização dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. A produção nacional no campo teria melhores resultados, num dos poucos setores que tem apresentado bons resultados na economia, tanto para consumo interno como das exportações.
“A questão envolve a economia nacional como um todo. A maior parte das terras no Brasil apresenta acidez. Feita a calagem, a colheita seria superior ao que temos hoje, sem a necessidade de novas fronteiras agrícolas”, disse o presidente da Abracal.
Um documento apontando as vantagens de uma eventual ação de incentivo à correção foi entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no final do ano passado. A entidade ainda aguarda medidas do ministério.
Outro item de peso na contabilidade dos agricultores é discutido – os fertilizantes, cuja eficiência é menor quando aplicado em áreas sem calagem. “Prefere-se desperdiçar fertilizante importado, considerado hoje pelas nossas autoridades como altamente estratégico, pois nossa agricultura com elevada participação no PIB-Brasil depende fundamentalmente da importação do insumo”, aponta o estudo.
O calcário é um produto nacional, com custo da tonelada para o agricultor pelo menos 10 vezes menor que o adubo.
A data escolhida para o Dia Nacional do Calcário Agrícola tem uma peculiaridade. É o dia de aniversário natalício do engenheiro Fernando Carlos Becker, diretor da Abracal radicado no Rio Grande do Sul e um dos principais incentivadores da calagem no país.
Entenda a relação entre calagem e adubo
. Os solos brasileiros são ácidos por natureza e pelo uso;
. Em solo ácido, o desperdício dos fertilizantes NPK incorporados supera 30%;
. Fertilizantes NPK são preponderantemente importados e tem custo elevado;
. NPK é uma sigla utilizada em estudos de agricultura, que designa a relação dos três nutrientes principais para as plantas (nitrogênio, fósforo e potássio), também chamados de macronutrientes, na composição de um fertilizante;
. O calcário, carbonato de cálcio e magnésio, é um insumo completo, pois atua como fertilizante disponibilizando para a planta os macronutrientes cálcio e magnésio, e, como corretivo de acidez pela combinação do radical CO3 com H livre no solo;
. Calcário é abundante e bem distribuído no Brasil, consequentemente de fácil acesso a todas as regiões agrícolas;
. Calagem de solos agricultados é um investimento de capital, com retorno de três vezes o valor aplicado;
. A correção de acidez do solo deve anteceder à adubação e ao plantio em no mínimo 90 dias;
. O governo tem a responsabilidade de promover, incentivar e apoiar o racional uso do solo.
Fonte: Abracal
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