Pesquisadores testam o uso de bactérias presentes no arroz para combater a brusone
Originário da Ásia, o arroz foi trazido para o Brasil nos tempos de Pedro Álvares Cabral e hoje é um dos alimentos mais comuns nas refeições brasileiras, além de ser cultivado em todos os continentes e apreciado na culinária de diversas culturas.
Sendo um cultivo presente em tantos locais e com quantidades expressivas, vários organismos foram identificados como pragas que podem atacar o arroz, dentre elas o fungo Pyricularia oryzae. Esta espécie é a causadora da doença conhecida como “brusone”, considerada a mais importante para o arroz em todo o mundo e detectada no Brasil em 1985, causando queima nas folhas e perdas na produção.
Quando nos deparamos com um problema, a tendência é procurar uma solução fora daquela situação, não é verdade? Porém, pesquisadores da Indonésia buscando alternativas para o controle da doença, resolveram procurar uma solução na própria planta de arroz. A ideia foi testar a ação de bactérias que já fazem parte do microambiente existente nas plantas e que, quando presentes nela, interferem no desenvolvimento de P. oryzae.
Foram utilizados 75 isolados de bactérias e aqueles que apresentaram resultados foram identificados a nível de gênero utilizando métodos moleculares. Partindo das 75 amostras testadas, 18 inibiram o desenvolvimento de P. oryzae em 45% e os gêneros eficientes foram: Streptomyces, principalmente, Saccharothrix, Gordonia e Lentzea. Através do estudo foi possível identificar que 17 isolados produziram compostos bioativos capazes de controlar a doença.
O estudo relata o primeiro registro de bactérias produzindo compostos bioativos que podem ser usados como controle biológico da brusone na Indonésia, descoberta que foi comemorada por ser considerada um método eficiente e por utilizar organismos já comuns da planta, favorecendo o ambiente.
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Fonte: Portal Defesa Vegetal.Net