O Boletim Agropecuário de junho traz como destaque a queda na importação de lácteos, com consequente elevação no preço do leite. Tem também o crescimento na safra do arroz e leve recuperação dos preços do grão, além de aumento nas exportações de frango e suínos. O documento, elaborado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), reúne as principais informações referentes a safras, produção e mercados da última quinzena ou do último mês, para apoiar o produtor rural na prospecção de negócios e aumentar a competitividade da agricultura catarinense.
Leite
As importações brasileiras de lácteos continuam em acentuado decréscimo. Entre janeiro e maio deste ano foi registrada uma queda de 35,2% na quantidade de leite importada. Um dos reflexos é a elevação dos preços no atacado. Segundo o Boletim, a expectativa é de que na próxima reunião mensal do Conseleite/SC, a ser realizada nesta quinta-feira, 21, o preço de referência projetado para junho, que serve de parâmetro para os preços de julho aos produtores, sofra sensível elevação.
Arroz
Os técnicos da Epagri/Cepa estão estimando que na safra 2017/18 de arroz sejam colhidas 1.182.596 toneladas do grão, 0,54% a mais do que no ciclo agrícola anterior, graças ao rendimento médio, que cresceu 1,02% na comparação entre os dois períodos. O grande volume de exportações no ano ajudou a reduzir a oferta interna do cereal, o que foi um dos fatores que impulsionaram a discreta retomada dos preços. Entre abril e maio os preços variam positivamente em 1,51%, mas ainda permanecem 21% menores do que os praticados no mesmo período do ano passado.
Pecuária
Apesar da paralisação no setor de transporte de cargas, as exportações de carne de frango catarinense cresceram 32,71% em maio em comparação com abril. Ficaram apenas 4,83% abaixo do montante registrado em maio de 2017.
A exportação de carne suína catarinense também não sentiu os reflexos da greve dos caminhoneiros e teve aumento de 14,57% em maio em relação ao mês anterior e de 15,04% na comparação com o mesmo mês de 2017. As receitas de maio foram de US$ 46,88 milhões, aumento de 12,76% em relação ao mês anterior e queda de 9,89% na comparação com maio de 2017. No acumulado do ano, Santa Catarina exportou 114,35 mil toneladas de carne suína, o que representa um aumento de 0,97% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, as receitas de janeiro a maio caíram 12,86% em relação ao ano anterior.
Os preços do boi gordo mantêm-se estáveis.
Cebola
No final da comercialização da safra catarinense de cebola o país foi surpreendido pelo movimento de paralização dos caminhoneiros, que afetou drasticamente o abastecimento e a comercialização da produção da hortaliça, em todo o território nacional. Passado o momento mais crítico, o mercado vem retomando seu ritmo de negócios e o abastecimento volta à normalidade.
Feijão, milho e soja
Cerca de 80% da área cultivada com feijão 2ª safra 2017/18 já foi colhida no Estado, o que deve resultar numa colheita de 29 mil toneladas e uma produtividade média de 25 sacas de 60kg por hectare.
No milho, foi registrada forte queda das exportações nos últimos cinco meses. Os estoques permitem um cenário ainda confortável em relação ao abastecimento. Os preços permanecem fortalecidos.
Outra expectativa apresentada no Boletim é da retomada do ritmo normal de exportações de soja a partir de junho.
Trigo
Com a colheita de soja encerrada e a de milho finalizando, é hora de plantar trigo em Santa Catarina. Apesar da demanda enfraquecida e da greve dos caminhoneiros, a tendência de alta nos preços se manteve, alicerçada pela baixa disponibilidade de trigo nacional, retração na importação do grão argentino e pela alta das cotações do produto no mercado internacional. Em Santa Catarina, os preços médios recebidos pelos produtores de trigo subiram cerca de 10% em maio e estão 18% maiores na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Alho e tabaco
O plantio da nova safra catarinense de alho está em andamento, porém boa parte da safra passada permanece nos galpões.
Já a produção estimada para a safra de tabaco 2017/18 é 3,6% inferior à obtida no ciclo agrícola anterior. Apesar da queda do rendimento, o aumento da área plantada minimizou a expectativa de queda na produção de tabaco para a safra que se encerrou.
Leia AQUI a edição completa do Boletim Agropecuário de junho.
Informações e entrevistas: Reney Dorow, Gerente do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), pelos fones (48) 98801-1219 / 3665-5076.
Fonte: Epagri