Pecuarista precisa analisar a relação custo-benefício das opções antes de tomar sua decisão
Com os preços dos fertilizantes químicos ainda com tendência de alta (veja mais aqui), será que as alternativas orgânicas, como os estercos animais, e as orgânico-minerais (misturas entre estercos, restos vegetais e adubos químicos, por exemplo) podem se tornar uma opção para o pecuarista na hora de adubar as pastagens? “Cada tipo apresenta vantagens e desvantagens. Em média, as respostas em produção vegetal de áreas adubadas com versões orgânicas e organominerais são 20% e 30% maiores, respectivamente, na comparação com o adubo químico. Assim, recomendo que o produtor pode pagar até 20% a 30% a mais por ponto de nutriente nas fontes orgânicas e organominerais”, afirma Adilson de Paula Almeida Aguiar, sócio-diretor da Consupec Consultoria.
Porém, de acordo com ele, em 30 anos de comparação de fontes de fertilizantes, em quase 99% das avaliações em pastagens os orgânicos só foram competitivos com os químicos (em termos de custo-benefício) no caso do fósforo. Para outros nutrientes, como nitrogênio, potássio e enxofre, o custo foi menor nas fontes químicas na maioria das avaliações. “Então, na maioria das vezes recomendei o uso de fertilizante orgânico até atender a dose de fósforo recomendada e os adubos químicos para complementar a necessidade de nitrogênio, enxofre e potássio”.
Caso o pecuarista veja vantagem nos fertilizantes orgânicos, Aguiar explica que as etapas iniciais de manejo do solo (escolha da área, amostragem e análise, planejamento, etc) são iguais à hipótese de se usar químicos, mas há algumas mudanças depois. “As máquinas para o uso de adubos orgânicos precisam ser mais robustas e a aplicação pode ser feita em uma única vez, ao contrário das adubações nitrogenada e potássica que precisam ser parceladas de acordo com condições específicas. Além disso, os estercos, por exemplo, podem ser melhorados com gesso agrícola e outras fontes”.
O sócio-diretor da Consupec ainda ressalta outra diferença que deve ser levada em consideração pelo técnico que estiver orientando o produtor. “A liberação dos nutrientes das fontes de fertilizantes químicos é rápida, precisa apenas da água da chuva ou de irrigação para a sua solubilização. Já a dos orgânicos é lenta e depende da atividade de bactérias decompositoras e de condições ambientais para a sua mineralização. Isso com exceção do potássio, que está sempre na forma mineral”.
Fonte: Portal DBO.