24 dez de 2018
Brasil – Agricultura – Comitê de Ação à Resistência a Fungicidas rebate Aprosoja

FRAC-Brasil diz que combate à ferrugem depende de boas práticas agronômicas e respeito às leis

O Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas – FRAC-Brasil, posicionou-se nesta sexta-feira, 21, em relação à divulgação da “Carta Aberta aos Produtores” enviada pela Aprosoja-MT no dia 17 de dezembro de 2018, entitulada ‘Calendário de Plantio de Soja: Justificativa e Recomendação aos Associados da Aprosoja que fazem suas sementes de uso próprio com plantios em dezembro’.

https://portaldbo.com.br/aprosoja-reage-contra-proibicao-de-plantio-apos-dezembro/

Segue a nota do Comitê:

O FRAC entende que o combate à resistência e a manutenção da vida útil dos fungicidas para o controle da ferrugem asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na cultura soja, somente será possível se mantidas boas práticas agronômicas que, dentre as diversas táticas, inclui o respeito às leis que estabelecem a data limite para semeadura ou calendarização de plantio.
Com fundamentação técnica, portanto, o FRAC se posiciona CONTRÁRIO ao cultivo extemporâneo de soja, mais especificamente após o período de calendarização no Estado do Mato Grosso, pelos seguintes motivos:
A calendarização de plantio é uma ferramenta que auxilia na regulação do período em que a cultura e patógeno estão disponíveis no campo. Considerando que o inóculo de ferrugem asiática da soja aumenta exponencialmente ao longo deste período e que quanto mais extenso for este período, maior será a exposição e pressão de seleção da resistência aos fungicidas (independentemente do modo de ação e do histórico de resistência do fungicida).

 

Com base no constante do programa de monitoramento realizado pelos membros do FRAC, o mesmo dispõe de dados técnico-científicos que indicam que à medida que avançamos para plantios mais tardios, maior é a adaptação e seleção da ferrugem asiática da soja aos fungicidas (populações menos sensíveis, com maior dificuldade de controle). Estes dados reforçam o posicionamento do FRAC e comprovam que os plantios extemporâneos vão acelerar o problema da resistência, comprometer ainda mais a longevidade dos poucos modos de ação disponíveis e tornar o controle da ferrugem mais desafiador e mais dispendioso para o produtor.

 

No plantio extemporâneo proposto possivelmente haverá um cenário de aplicação curativa, em função da infecção antecipada (elevada quantidade de inóculo) aliada a alta probabilidade de ocorrência de condições climáticas suficientes para o desenvolvimento da ferrugem, propiciando um ambiente de alta pressão de seleção (favorável à evolução de resistência, acarretando em perdas de controle e de produtividade).

O FRAC apresentou seu posicionamento quanto a este assunto em várias ocasiões, incluindo comunicados disponíveis em seu website (http://www.frac-br.org).

 

O controle químico através do uso de fungicidas é a principal ferramenta de manejo da ferrugem asiática da soja. Todavia, não deve ser utilizado de forma isolada, mas sim integrado a boas práticas agrícolas como a calendarização de plantio e orientações técnicas proferidas por órgãos especializados e pelo FRAC. Estas recomendações são essenciais para se preservar a manutenção da eficácia dos fungicidas, tecnologia indispensável para o cultivo da soja no Brasil.

 

Respeitosamente e em conjunto com a maior parte da comunidade científica, o FRAC reforça sua posição contrária à alteração da instrução normativa conjunta Sedec/Indea – MT N 002/2015.
O FRAC-BR coloca-se à disposição para esclarecimentos necessários.

FRAC Brasil

 

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