16 maio de 2017
Brasil – Agricultura – De onde veio a Helicoverpa armigera para o Brasil?

Estudo traz mais informações sobre a origem e a via de entrada da praga no país

Quando recebemos um hóspede, geralmente sabemos quem ele é, de onde vem e quando vai embora. Mas o que fazer quando alguém que você não conhece chega em sua casa, sem ser convidado e se instala definitivamente? A lagarta Helicoverpa armigera chegou sem chamar a atenção, sem avisos e, quando foi notada, já estava causando sérios prejuízos à agricultura brasileira.

Recentemente, foi publicado na revista Nature um estudo que buscou conhecer a origem e a forma de entrada da espécie H. armigera no Brasil. Nele, pesquisadores isolaram e compararam diferentes regiões de DNA de larvas e adultos encontrados em plantas hospedeiras no Brasil, Ásia, Austrália, África e Europa.

Os resultados demonstraram que, em 6 estados brasileiros, há 20 sequências diferentes de DNA, sendo que 8 destas não eram conhecidas do banco de dados global. As análises destas sequências apontaram para origens asiáticas, africanas e europeias em 5 delas. Esta diversidade de sequências de material genético existente no Brasil sugere que tenham ocorrido múltiplas incursões de origens diversas no país.

Alguns fatores que influenciam a entrada de pragas são a facilidade de trânsito de pessoas e o aumento das transações de comércio agrícolas internacionais, pois neste movimento, os organismos podem ser transportados acidentalmente. Diante desta realidade, a investigação das vias de entrada de uma espécie exótica em um país é relevante para que as vias identificadas com fragilidades possam ser reforçadas e seus protocolos revistos.

Do mesmo modo, identificar a origem de uma praga é importante, pois permite saber sobre as possíveis resistências ocorridas no país de origem, favorecendo o engajamento em novas tecnologias eficazes para combate e evitando que investimentos sejam feitos em produtos para os quais a espécie já é resistente. Outro benefício é que, com a rápida resposta de controle, é possível que os danos econômicos também sejam reduzidos.

Para saber mais:
Tay et al. (2017)

Foto: Regina Sugayama (2016)

Veja também:

– Você conhece o histórico da Helicoverpa armigera no Brasil?

– Uso de ferramentas de análise de “big data” na identificação de ameaças e fatores de risco fitossanitário

Fonte: DefesaVegetal.net

Texto originalmente publicado em:
DefesaVegetal.net
Autor: Defesa Vegetal
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