06 jun de 2017
Brasil – Agricultura – Diferentes fontes e doses de fósforo na produtividade da soja (Glycine max) e extração do P no solo

O  objetivo deste trabalho foi avaliar a produtividade da soja e a extração dos
nutrientes do solo, submetida a 3 diferente doses de fertilizante fosfatados.

Autores: Júnior Verardi, Alisson Alves, Eliakin Frederico Rafain, David Peres da Rosa, Nicael Tedesco dos Santos

Trabalho disponível nos Anais do Evento e publicado com o consentimento dos autores.
Trabalho disponível nos Anais do Evento e publicado com o consentimento dos autores.

Palavras-chave: Rizostar®; produtividade; extração de fosforo; adubação fosfatada.

A produção de grãos depende da presença e da disponibilidade de nutrientes no solo, contudo a uma demanda por elevadas quantidades de fosfatos na correção da fertilidade dos solos, sendo
que o entrave é ausência das reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, tornando um empecilho na produção. Associado a isso, há elevado custo do fertilizante, que justifica a necessidade de mais estudos para otimizar a eficiência no uso de adubos fosfatados.

 

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Atualmente há uma variação na solubilidade de fosfatos naturais e industrializados, em função da interação com os componentes edáficos, que influenciam fortemente a disponibilização do fósforo (P) às plantas, assim a forma de utilização dos fertilizantes, características das plantas e as condições climáticas regulam as respostas em produção das plantas (HOROWITZ; MEURER, 2003). Nessa problemática surgem no mercado novas alternativas de fornecimento de fósforo as plantas, uma delas é o Rizostar® PZ, um fertilizante mineral misto microgranulado, com doses 80 % mais baixas em relação as demais fontes de fósforo disponíveis, formulado com nitrogênio, fósforo, enxofre e zinco. Esse produto é considerado inovador, pois é dosado em doses muito baixas, de 15-40 kg ha-1, quando comparado com as demais fontes de fósforo disponível, e, sua aplicação em contato direto com a semente não causa danos em face de possuir a tecnologia de proteção do fósforo, que impede e bloqueia a ação de qualquer cátion do solo que possa interferir e insolubilizar o P (ARYSTA LIFE SCIENCE, 2014).

 

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produtividade da soja e a extração dos nutrientes do solo, submetida a 3 diferente doses de fertilizante fosfatados. O experimento foi instalado na unidade experimental do Instituto Federal de Educação Ciência e tecnologia do Rio Grande do Sul, safra 2015/2016, em NITOSSOLO VERMELHO (EMBRAPA, 2006).

A cultivar avaliada tem ciclo superprecoce, hábito de crescimento indeterminado, semeada conforme indicação do zoneamento agroclimático da região, sendo que seus tratos culturais foram realizados de acordo com o desenvolvimento da cultura. O delineamento experimental empregado foi de blocos ao acaso, com parcelas de 4,2 x 12 m, bloqueado de acordo com a faixa de pH do solo, com 4 blocos. As faixas de pH do solo utilizadas foram: 5,44 – 5,71, 5,19 – 5,42, 4,98 – 5,18 e 4,61 – 4,95. Os tratamentos foram 3 doses na base do Rizostar®, 20, 30 e 40 kg ha-1, e respectivos equivalentes de MAP e NPK 2 – 28 – 20, as doses foram obtidas com uma relação de 1:5 do Rizostar® com o MAP, ajustando-se todas as demais doses.

 

Os ajustes das dosagens foram realizados com cloreto de potássio e uréia a lanço. As dosagens dos tratamentos foram: Dose 1: 20 kg ha-1 de Rizostar, 100 kg ha-1 de MAP, 185 kg ha-1 de NPK; Dose 2: 30 kg ha-1 de Rizostar, 150 kg ha-1 de MAP, 280 kg ha-1 de NPK; Dose 3: 40 kg ha-1 de Rizostar, 200 kg ha-1 de MAP, 370 kg ha-1 de NPK. A avaliação dos tratamentos foi realizada através do parâmetro de produtividade, quantidade de nutriente no solo antes e depois da semeadura.

Para o parâmetro produtividade, foram colhidas as três linhas centrais com área útil de 16,2 m², as plantas foram trilhadas em uma trilhadora de parcelas e a umidade corrigida para 13 %, já os teores de nutrientes foram realizadas análises de solo antes da semeadura na parcela utilizando trado de rosca, sendo estas dispostas em linha e entre linha, repetindo este procedimento após a colheita. Para extração do fósforo foi utilizado o método oficial da Rede de Laboratórios de Análise de Solo dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina o mehlich – 1. Análise dos dados foi realizada por análise da variância pelo teste F e teste de comparação de medias através do teste de Tukey ao nível de significância de 5 %, através do software estatístico Assistat 7.7 Beta.

 

O teor de fósforo analisado antes e depois da implantação do experimento não teve variação
significativa entre os três fertilizantes testados, mostrando a eficiência do fertilizante Rizostar® micro granulado, de alta solubilidade, que se mostrou igual aos demais fertilizantes utilizados. Apesar das doses serem inferiores, não houve extração expressiva de fosforo do solo, segundo Sousa e Lobato et al. (2003) a utilização de diferentes fontes de fosforo e sistema de manejo, influenciam na disponibilização deste nutriente para as plantas. O mesmo ocorreu com a produtividade da soja.

 

Tais fatos foram encontrados também por Richart et al. (2006), os quais obtiveram os mesmos resultados em relação a produtividade em diferentes fontes e doses de fosforo na cultura da soja no primeiro ano de cultivo.

O fertilizante Rizostar®, proporcionou resultados equivalentes na extração de fósforo do solo na cultura da soja em relação aos fertilizantes MAP e NPK, sendo que entre as doses equivalentes de 20, 30 e 40 kg ha-1, não houve diferença em relação a produtividade. O Rizostar® se mostrou igual em relação as outras fontes, nos parâmetros avaliados.

 

Referências

 

ARYSTA LIFE SCIENCE. Fertilizante Microstar PZ®, “starter” de Arysta LifeScience: El Fósforo En Contacto Con La Semilla Ya Es Una Realidad Para El Maíz. Redagricola, Santiago/Chile, v. 70, mai, 2014.

HOROWITZ, N.; MEURER, E.J. Eficiência agronômica de fosfatos naturais. In: SIMPÓSIO SOBRE FÓSFORO NA AGRICULTURA BRASILEIRA, Piracicaba, 2003. Anais. Piracicaba, Potafos/Anda, 2003. 24p. CD-ROM.

EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, EMBRAPA, 2006.412p.

RICHART, A.; LANA, M.C.; SCHULZ, L.R.; BERTONI, J.C.; BRACCINI A, L. Disponibilidade de fósforo e enxofre para a cultura da soja na presença de fosfato natural reativo, superfosfato triplo e enxofre elementar. R. Bras. Ci. Solo, v.30, p.695-705, 2006.

SILVA, F. de A.S.; AZEVEDO, C.A.V. de. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. Anais…In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.

SOUSA, D. M. G.; LOBATO E. Adubação fosfatada em solos da região do cerrado. Encarte do Informações Agronômicas nº 102. Junho/2003.

Informações dos autores:

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, Graduando, Ronda Alta – RS

Disponível em: Anais XX Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo – RBMCSA. Foz do Iguaçu, PR. 2016.

 

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