15 fev de 2017
Brasil – Agricultura – Estudo destaca importância agronômica da profundidade efetiva do solo
Foto: Vanessa Bertolazi

O solo é um dos principais recursos naturais usado na produção agrícola. Para melhorar a produção e reduzir, em níveis aceitáveis o seu desgaste e empobrecimento, é preciso determinar seu uso mais adequado, o que pode ser alcançado mediante o conhecimento dos diversos atributos internos e externos, como porosidade, textura, estrutura, fertilidade, drenagem interna, profundidade do solo e profundidade efetiva, atividade de argila, declividade e orientação de vertentes, dentre outros. Esses atributos, bem identificados e interpretados, subsidiam as previsões de comportamento e balizam as diferentes alternativas de uso e manejo sustentáveis.

Assim, os pesquisadores Lauro Pereira e Marco Gomes, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), realizaram um estudo sobre os atributos “profundidade efetiva e profundidade do solo”, com ênfase em seus conceitos e importância agronômica.

Conforme o estudo, a profundidade dos solos está relacionada com o tempo, além da atuação de fatores como clima e organismos, pois a sua formação se faz em um processo lento, porém, contínuo. A natureza do solo depende do tempo de exposição a esses fatores, visto que seus efeitos levam um tempo até serem realmente diferenciais na estruturação química e física do solo.

“São considerados dois tipos de profundidades, explica Lauro, que embora possam parecer sinônimos, apresentam características bem específicas: a profundidade efetiva e a profundidade do solo. A primeira se refere à profundidade máxima que as raízes penetram livremente no corpo do solo, em razoável número e sem impedimentos (físicos ou químicos), proporcionando às plantas suporte físico e condições para absorção de água e nutriente. Corresponde à camada de espessura máxima do solo, que é favorável ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas e ao armazenamento de umidade. Salienta-se que dentre as ocorrências de fatores limitantes, existem os de ordem física (fragipã, duripã, horizonte plíntico, contato lítico, dentre outros) e os de ordem química (toxicidade de alumínio, salinidade e alcalinidade elevadas, dentre outras), impedindo a livre penetração do sistema radicular no solo”.

Quanto a profundidade do solo, continua o pesquisador, de um modo geral é mais abrangente do que a profundidade efetiva. Enquanto na profundidade efetiva leva-se em conta, fundamentalmente, o aspecto biológico, aqui, o seu limite inferior está definido pelos limites da ação das forças biológicas e climáticas. Esse termo, portanto, relaciona-se mais intimamente com os processos pedogenéticos, sendo comumente usado em levantamento e mapeamento de solos. Está distribuída em quatro categorias: rasa (<50 cm); pouco profunda (50 a 100 cm); profunda (100 a 200 cm) e muito profunda (>200 cm).

Ambas são atributos de grande relevância, tanto no contexto agronômico quanto ambiental, pois tem influência direta em aspectos como capacidade de armazenamento de água, estoque de nutrientes, desenvolvimento do sistema radicular das plantas, além de riscos de erosão e suas consequências.

Além da importância de estimativa da capacidade da capacidade de armazenamento de água e de elementos nutritivos na rizosfera, a profundidade efetiva tem grande utilidade no conhecimento da camada que pode ser terraplanada, assim como na indicação do sistema mais conveniente de terraços para proteção contra a erosão.

Fonte: EMBRAPA, Cristina Tordin (MTB 28499), Embrapa Meio Ambiente

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